As declarações ocorreram durante evento da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) que homenageou o constitucionalista Paulo Bonavides, que morreu no ano passado. A série de palestras foi organizada pela Comissão de Estudos Constitucionais da OAB e mediada pelo ex-presidente da entidade Marcus Vinícius Furtado Coêlho.
Integrante da mesma mesa de debate, o presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro Humberto Martins, ancorou seu discurso não só nas contribuições de Bonavides ou nas teorias do direito, mas também na Bíblia.
– Minhas paixões nos campos das leituras significam para mim mais do que leituras, se tornam fundamentos de vida. […] O estudo do direito e o estudo da Bíblia caminham lado a lado. Uma face voltada para o cotidiano e a outra com vista à eternidade. [Elas] fazem parte da mesma união e do mesmo princípio – disse Martins.
Durante a sua explanação, Martins defendeu a separação dos Poderes constitucionais e a garantia dos direitos fundamentais. Disse que o paradoxo entre o estabelecimento de um Estado central e os direitos individuais existiu em todos os séculos, sendo observadas espirais de “avanços e retrocessos” ao longo da história. Nesse contexto, ele considerou que o direito brasileiro alcançou a sua maturidade na confecção da Constituição de 1988 e sustentou que as instituições brasileiras estão em pleno funcionamento.
– Podemos falar em resumo que o princípio da maioria no estado democrático continua sendo intacto. A atuação do Judiciário, portanto, há de se limitar à preservação dos direitos fundamentais – prosseguiu.
O ministro do STJ afirmou que “só existe liberdade com democracia e só existe democracia com cidadania”. Ele seguiu dizendo que tem “fé nas pessoas” e que “acredita nas instituições”. Ao aproximar-se do fim de sua explanação, ele foi enfático ao dizer que acredita na democracia e que ela é o sistema para o qual a humanidade sempre se encaminhou.
– A minha ordem é a defesa da democracia, da pacificação e [do] ordenamento entre os homens. Que Deus ilumine a todos nós – concluiu.
Fonte: Estadão
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