Membro da Associação Nacional da Advocacia Negra, Oliveira disse que, depois de ter entrado no evento, um segurança do local o abordou, perguntou se ele havia feito o cadastro para estar no espaço e pediu para que o acompanhasse até a entrada.
Em entrevista ao g1, o advogado disse que acredita que sofreu racismo por ser uma das únicas pessoas negras do local, além de usar dreads. "Estou de calça jeans e camisa, a maioria das pessoas está de terno e gravata", continuou.
"Paguei R$ 100 pelo valor do evento, fui abordado dentro da sala de um lugar que vai discutir questões sobre direitos humanos envolvendo inteligência artificial. [O segurança] me tratou como se eu fosse um penetra", lamentou.
Em nota, o hotel Tivoli Mofarrej disse que o segurança seguiu "os procedimentos padrões de controle de acesso" e que José foi orientado a colocar a credencial do evento em local visível (leia íntegra abaixo).
Ele contou que vai registrar um boletim de ocorrência eletrônico sobre o caso e vai processar tanto o hotel quanto a organização do evento, promovido pela Universidade Santo Amaro (Unisa) sob coordenação de Ricardo Lewandowski, ministro da Justiça e Segurança Pública.
Discussão com o segurança
Depois de ter sido abordado, Oliveira começou a filmar a interação entre ele e o segurança. Na gravação, é possível ouvir o advogado questionando o motivo de ter sido abordado.
"Por que eu? Tem algum problema? Tem alguma coisa diferente? Lógico que eu fiz o cadastro, você acha que eu sou o quê?", questionou José.
Diante da gravação, o segurança pediu calma, se desculpou, disse que estava apenas fazendo seu trabalho e afirmou que também abordou outras pessoas.
Momentos depois, o advogado confrontou o segurança e o chamou de racista.
Em outro vídeo, José relatou a sua visão sobre o que havia acontecido: "Na verdade, ele me olhou e acreditou que eu não poderia estar aqui, eu tenho certeza. Tanto que ele veio direto em mim. O local lotado, ele veio direto, unicamente na minha pessoa".
O g1 procurou a Unisa e a Secretaria da Segurança Pública (SSP), mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.
O que diz o hotel Tivoli Mofarrej
Em nota, o hotel Tivoli Mofarrej disse:
"O Tivoli Mofarrej São Paulo esclarece que, na última sexta-feira (20), durante o evento "Impactos Setoriais da Inteligência Artificial", foram seguidos os procedimentos padrões de controle de acesso, aplicados sem distinção pela equipe de segurança do hotel em todos os eventos.
O hotel informa que, para acesso a qualquer evento, é necessário o uso de credencial em local visível por todos os participantes. O denunciante não estava utilizando a credencial e foi orientado a colocá-la pela equipe de segurança, como todos os participantes. Entretanto, o mesmo questionou a orientação e se recusou a colocar a credencial, ingressando normalmente no evento mesmo após a orientação.
O Tivoli Mofarrej São Paulo acredita no respeito e na diversidade, e estamos profundamente comprometidos com a inclusão em todos os nossos espaços".
*Sob supervisão de Gustavo Honório
Por Aline Freitas
Fonte: @portalg1
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