5 dicas não tão óbvias para o começo da carreira do advogado

5 dicas obvias comeco carreira advogado
bit.ly/2QmXp3R | Iniciar qualquer jornada é difícil e com a advocacia não é diferente. Você passou cinco anos no Curso de Direito e provavelmente saiu da faculdade sem ter aprendido o principal para a advocacia: captar clientes e gerir um escritório. Se estudou em universidade particular, provavelmente gastou cerca de 1/4 de milhão de reais para se formar e, ainda assim, não sabe o básico para de fato exercer a profissão (embora não se duvide que saiba a teoria).

E aí? Agora, meu amigo, é arregaçar as mangas e mergulhar no mercado. Preparei 5 dicas para te ajudar nesta jornada.

1. Não abra escritório

Você é louco? Mal se formou e saiu das fraldas jurídicas e já está pensando em abrir escritório sem ter uma cartela mínima de clientes formada? Como vai garantir as despesas iniciais (token, móveis, computador, caução da locação da sala, bebedouro, cafeteira, instalações etc.) do escritório e, pior, como vai garantir as despesas recorrentes (aluguel, condomínio, internet, plano de ligações e dados no celular etc.)?

A menos que você tenha nascido em berço de ouro, abrir escritório assim que se forma não é a melhor opção. Primeiro conquiste alguns clientes e só depois de ter uma renda passiva formada ou, no mínimo, uma boa reserva de emergência, é que você deve pensar em montar um escritório.

Não sabe o que é renda passiva? Pois é, provavelmente você aprendeu no ensino médio sobre fórmula de Bhaskara, o que nunca mais usou na vida, mas não aprendeu lições básicas de finanças pessoais. Típico, afinal, escola no Brasil é algo de certo modo desperdiçado. Sem problemas, comigo também foi assim. Pesquise um pouco na Internet sobre renda passiva e reserva de emergência e depois retome a leitura deste texto.

2. Não advogue para parentes. Será?

Muito dizem que preferem não advogar para parentes, pois dá mais trabalho, as cobranças são maiores etc. etc. etc. Meu amigo e minha amiga, se você não consegue conquistar um parente seu como cliente, é bem provável que também não inspire confiança em terceiros desconhecidos.

Ressalvadas algumas exceções, os seus parentes são as pessoas que mais lhe amam no mundo, então não se acanhe em se propor a eles como advogado. Sempre tem um tio que está com aquela demanda pendente, que quer ajuizar, mas que “deixou pra lá”. Cobre um valor módico dele e já inicie a sua reserva de emergência.

3. Não assuma despesas desnecessárias

Você se formou e já quer logo comprar vários livros, assinar o Jusbrasil, Migalhas, Jurídico Certo etc., pra facilitar sua consulta de jurisprudências e também esperando ganhar aquele dinheirinho como advogado correspondente. Meu caro, veja bem: o mercado de correspondentes jurídicos atualmente já não é como antigamente. Geralmente ganha-se pouco e sofre-se para receber. A burocracia pra receber esses valores pequenos é tão grande que sinceramente, regra geral, nem compensa se aventurar nesse mercado. Os caras pagam R$60,00 por uma audiência e querem que você apresente todo tipo de documento possível, preencha planilhas detalhadas e aguarde 2 meses para receber. Não funciona, sinceramente.

Então não assuma essas despesas logo de início. Primeiro firme seus pés no chão, construa a bendita reserva de emergência e busque fontes de renda passivas antes de começar a advogar.

4. Você não está pronto para advogar

Vejo muitas pessoas que, durante o curso de Direito, têm suas mais variadas profissões, como eu mesmo tive (fui cinegrafista e editor de vídeos) e, quando se formam, esperam magicamente abandonar suas histórias e carreiras atuais para iniciar na advocacia.

Sinceramente? A maioria dessas pessoas desiste da advocacia e retorna às suas profissões anteriores, o que, infelizmente, é muito triste.

Isso acontece porque as pessoas geralmente não poupam nada durante a faculdade e esperam iniciar na advocacia já com altos ganhos. Não é assim. Pra ser sincero, é mais provável que você ganhe mais na sua profissão atual, que já exerce há anos, do que no início da advocacia.

Então quer dizer que você nunca deve começar a advogar? CLARO QUE NÃO!

O que estou propondo é apenas um uso consciente dos seus recursos (incluindo o tempo).

Você está cursando Direito agora? Pare de gastar com roupinhas e acessórios e comece a poupar. Faça um esforço, Poupe para o sonho de ter um escritório no futuro.

Você já se formou e está pensando em iniciar a advocacia? Talvez seja o caso de continuar na sua profissão atual, juntar um dinheiro e, só então, mergulhar de vez na advocacia. Sempre tem a possibilidade, também, de exercer a advocacia concomitantemente a outra profissão, mas isso pode gerar descrédito perante os clientes, afinal, se você não se dedica à advocacia em tempo integral, como eles irão confiar sua liberdade e patrimônio a você? Você confiaria em um médico que, para complementar a renda, também trabalha com outra coisa? Seja sincero, abandone o “mimimi” e “politicamente correto” por um momento e reflita.

5. Fracassar é normal

O que pouca gente nota nas histórias de pessoas de sucesso é que o êxito geralmente é antecedido por vários fracassos. Parece que, de certo modo, o segredo do sucesso está na resiliência. Esteja ciente de que, às vezes, irá fracassar, mas nunca tenha receio de tentar.

Se você não tenta, você não erra e não aprende, então não se acanhe. Há bilionários que, no passado, faliram suas empresas. Nem por isso desistiram.

E sim, foram eles que faliram as empresas. Não foi a Economia, o socialismo do país, a tributação etc. Crie a cultura de assumir os problemas da sua vida, mesmo que eles sejam causados por outras pessoas. Pare de delegar a terceiros as causas do seu insucesso. Ao assumir os problemas, você assume, também, os bônus e, quando se tornar um profissional bem-sucedido no futuro, não admita que ninguém diga que foi sorte ou que você “nasceu” com tal habilidade.
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Lucas Cotta de Ramos
👨🏻‍💼 Advogado, professor e autor de vários artigos e textos jurídicos ❤️ Entusiasta da Tecnologia 🌐 lucascotta.com.br
Fonte: lucascotta.com.br

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