Um jovem de 19 anos foi preso, por suspeita de associação criminosa e de estupro de vulnerável. Ele também é suspeito de vender —ou expor à venda— e armazenar foto, vídeo ou outro registro com cena de sexo explícito ou pornografia infantojuvenil. Outros três mandados de busca e apreensão foram cumpridos nas cidades de Teresópolis e Cachoeiras de Macacu, região serrana do estado.
No dia 27 de junho, dois adolescentes, de 14 e 17 anos, já haviam sido apreendidos por suspeita de participar de grupos de pornografia infantil no aplicativo.
Na primeira fase, em nota, o Discord afirmou que não comenta casos específicos. A empresa também afirmou que tem uma "política de zero tolerância para atividades que sejam potencialmente prejudiciais à sociedade". "Com nossos esforços para combater ameaças à segurança infantil, nós proativamente removemos cerca de 98% das comunidades que encontramos com materiais de abuso infantil no Brasil ao longo dos últimos seis meses", diz a nota.
Segundo a investigação da Dcav (Delegacia da Criança e Adolescente Vítima), o suspeito preso nesta segunda fase seria o criador e administrador do principal servidor (grupo) do Discord onde os crimes eram cometidos. Ele utilizava o apelido King nos jogos.
Em nota, a corporação afirmou que a ação teve início em março desse ano após o compartilhamento de dados de inteligência entre a Polícia Federal e as Polícias Civis de diversos estados do país.
De acordo com as investigações, três servidores da plataforma eram utilizados por um grupo de jovens e adolescentes de várias regiões do país para cometerem atos de extrema violência contra animais e adolescentes, além de divulgarem pedofilia, zoofilia e fazerem apologia aberta de racismo, nazismo e misoginia.
Vídeos publicados na plataforma mostravam mutilações e sacrifícios de animais como parte de desafios impostos pelos criadores e administradores dos servidores como condição para membros ganharem cargos na comunidade, o que se traduzia principalmente em permissões e acesso às funções dentro do grupo. A maioria dessas ações era transmitida ao vivo em chamadas de vídeo para os integrantes dos servidores.
Ainda segundo a apuração, adolescentes também eram chantageadas e constrangidas a se tronarem escravas sexuais dos líderes e eram vítimas dos "estupros virtuais" que eram transmitidos ao vivo por meio de chamadas de vídeo para os integrantes do servidor.
O estupro virtual se enquadra no artigo 213 do Código Penal, que tipifica o crime de estupro. O delito cometido virtualmente passou a ser entendido como tal a partir da mudança da lei, em 2009, que definiu estupro como ação de "constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso", não mais restringindo o crime à "conjunção carnal". A legislação não faz distinção entre o crime cometido de forma física ou virtual.
Na segunda (26), um jovem de 19 anos foi preso temporariamente após se apresentar a uma unidade policial na zona norte de São Paulo. Segundo a SSP (Secretaria da Segurança Pública), ele é suspeito de envolvimento em crimes cometidos no Discord. Detalhes do caso não foram divulgados.
A Polícia Civil do Rio afirma que, desde abril, mais de dez pessoas foram presas ou apreendidas pela Polícia Federal e Polícia Civil dos estados no âmbito da operação Dark Room.
Fonte: www1.folha.uol.com.br
Postar um comentário
Agradecemos pelo seu comentário!