Ouvido pelo Extra, o pai da professora Samara de Araújo Oliveira, de 23 anos, ressaltou que a filha é professora de Matemática e estava em sala de aula no momento da prisão. “Fiquei sabendo pela mãe dela que os policiais a levaram durante a aula como se fosse uma criminosa. [...] Minha filha é uma menina doce, estava se graduando em Matemática. Não foi nem à formatura dela, no sábado passado, porque estava presa”, revelou Simario Araújo.
Argumentando ainda que a docente nunca teria pisado na Paraíba, a família da jovem se mobilizou para alertar a Justiça paraibana sobre a suposta condenação injusta. Apesar dos esforços, os parentes só viram o cenário mudar na madrugada desta sexta-feira (1º), quando a docente foi solta pela Justiça do Rio.
A ação ocorreu após um advogado contratado pela família conseguir provar o equívoco ao juízo do estado nordestino.
“Verifico que merece prosperar a argumentação quanto à ocorrência de equívoco na exordial acusatória, na qual consta apenas a identificação por CPF, sem qualquer menção à data de nascimento da acusada”, reconheceu o juiz substituto Rosio Lima de Melo, da 6ª Vara Mista da cidade de Sousa, ao expedir o alvará de soltura.
EXTORSÃO
Ainda conforme informado pelo jornal, o crime que originou o equívoco ocorreu em setembro de 2010, contra o funcionário de um mercadinho, que funcionava como representante da Caixa Econômica Federal em São Francisco, no interior da Paraíba.
Na ocasião, o trabalhador teria recebido uma ligação afirmando que duas pessoas estavam prontas para invadir o estabelecimento e matá-lo, se ele não realizasse oito transferências bancárias de R$ 1 mil. Assustado, o homem efetuou as movimentações.
Mais tarde, a Polícia Civil e o Ministério Público da Paraíba conseguiram quebrar o sigilo bancário das contas que receberam a transferência, identificando que todas pertenciam à moradores do Rio de Janeiro. As autoridades conseguiram localizar duas acusadas, que acabaram sendo condenadas, mas não encontraram outros dois suspeitos - um deles, seria Samara.
Apesar de a Justiça ter suspendido o processo, paralisando a contagem de tempo de prescrição da infração, foi determinado que o Ministério Público paraibano tentasse localizar os acusados novamente. Foi então que, em 20 de janeiro, Samara de Araújo Oliveira teve a prisão decretada.
No entanto, vale ressaltar que, segundo levantamento do O Globo em cadastro nacional de dados de pessoas físicas, existem outras nove pessoas com o mesmo nome da professora.
Fonte: @diariodonordeste
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