A ação foi endereçada à Procuradoria-Geral do Estado (PGE). Procurada, a assessoria de imprensa do órgão afirma que a PGE ainda não foi notificada.
De acordo com o advogado José Luiz de Oliveira Júnior, o pedido de indenização se baseia no entendimento de que os PMs promoveram tortura pública.
O caso teve repercussão após uma testemunha gravar os policiais carregando o homem com as mãos amarradas junto aos pés. O vídeo então passou a circular nas redes sociais.
"Isso não tem a ver somente com uma única pessoa, pelo fato de ter sido torturado publicamente. O país viu a dignidade dele ter sido aviltada. Precisa ser proporcional à extensão do que ele sofreu. Ele foi exposto para o Brasil e o mundo. A reprimenda precisa ser pedagógica", disse o advogado à Folha. "Não é porque ele usa drogas que ele merece ser torturado", acrescentou.
O homem chegou a ter a prisão homologada por um juiz após audiência de custódia, mas teve a liberdade concedida por um desembargador após a repercussão do vídeo.
O CASO
Segundo a SSP (Secretaria da Segurança Pública), o mercado localizado na avenida Conselheiro Rodrigues Alves foi furtado na noite de 4 de junho. Além do homem de 32 anos, outro, de 38, foi preso em flagrante, e um adolescente de 15 anos foi apreendido.
Conforme versão dos PMs registrada em boletim de ocorrência, após serem acionados para a ocorrência, encontraram o homem de 32 anos com duas caixas de bombons, cada uma delas no valor de R$ 15.
Ainda segundo os policiais, o homem confessou o furto. Os PMs então deram ordem para que ele se sentasse, mas foram ignorados. Os agentes disseram ainda que o homem estava bastante alterado e que foi necessário pedir reforço, totalizando quatro pessoas para segurá-lo.
Os PMs relataram que o suspeito ofereceu resistência mesmo algemado e que, por isso, foi necessário usar uma corda para amarrar seus pés. Ele então foi levado para uma UPA, onde um cidadão filmou o momento em que era carregado pelos PMs.
Os suspeitos foram levados para a delegacia, e o menor foi encaminhado para a Fundação Casa. O caso foi registrado no 27º DP (Campo Belo), na zona sul da capital.
Paulo Eduardo Dias
Fonte: @folhadespaulo
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