Via @metropoles | O delegado da Polícia Civil de São Paulo, Edson Navarro Miranda, que firmou uma “parceria do crime” com o juiz de Rondônia Hedy Carlos Soares, teve a perda do cargo decretada pelo governador Tarcísio de Freitas. Miranda foi preso em 2022, junto com outros integrantes do grupo liderado pelo magistrado, pelos crimes de extorsão, sonegação fiscal, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica.

De acordo com uma denúncia apresentada pelo administrador de uma das fazendas do juiz Hedy Carlos, delegado e outro policial de São Paulo, Claudinei Aparecido Ribeiro, armados, ajudaram o magistrado a extorquir o funcionário pelo pagamento de uma dívida inexistente de R$ 3 milhões.

Os três obrigaram o funcionário a assinar uma procuração em nome de um “laranja” do juiz, um empresário de Cuiabá, concedendo a ele plenos poderes para administrar seus bens.

“Hedy apontou todos os supostos créditos que alegava possuir com Sérgio [o funcionário], totalizando, segundo ele, R$ 3.000.000,00 (três milhões de reais). A partir desse momento, Sérgio passou a ser subjugado pelos denunciados, e Hedy, armado, passou a exigir-lhe a entrega de vários bens móveis e imóveis da vítima, prevalecendo-se de sua função e principalmente da intimidação gerada pela presença de Edson e Claudinei, que a vítima logo percebeu também estarem armados”, contou o relator do processo na Justiça de Rondônia, desembargador Osny Claro de Oliveira.

Hedy Carlos chegou a ser preso em agosto de 2022 quando tentava embarcar para os Estados Unidos. Ele foi solto em abril de 2023, por determinação do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Em agosto do ano passado, foi aposentado compulsoriamente do cargo de juiz em agosto de 2023.

Em outubro, Miranda e Ribeiro foram condenados a 12 anos e cinco meses de prisão em regime fechado. Nesta segunda-feira (4/3), em cumprimento ao acórdão da Justiça de Rondônia, Edson Navarro Miranda teve a perda do cargo decretada por Tarcísio de Freitas.

Paulo Cappelli
Fonte: @metropoles