Ele consegue provar sua inocência em alguns processos, mas novos continuam chegando, abrangendo diversas áreas, como trabalhista, tributária e criminal. “Ele já enfrentou mais de cinco mil processos”, relata a afilhada e advogada, Maria Eduarda Matos.
Em maio de 2021, um ano após ficar viúvo, Francisco foi um dos alvos da Operação Background, da Polícia Federal, que investigava dívidas tributárias de R$ 8,5 bilhões, além de suspeitas de lavagem de dinheiro e dívidas trabalhistas da empresa em que trabalhou por mais de 30 anos.
“Fui acordado às 5h30 em minha casa com uma busca e apreensão. Vasculharam tudo, incluindo muitos pertences da minha esposa, que havia falecido”, relembra emocionado.
Francisco teve uma carreira bem-sucedida no Banco do Brasil, chamando a atenção de um grupo industrial nordestino em 1981. Contratado pelo Grupo Santos após sua aposentadoria, ele contribuiu para o crescimento da empresa, que se tornou o segundo maior produtor de cimento no Brasil. Contudo, nos anos 2000, Francisco começou a identificar problemas na contabilidade da empresa.
“A inadimplência começou a me preocupar. Não pagar impostos estaduais era algo sério”, recorda.
Em 2015, Francisco pediu demissão, esperando receber valores que lhe eram devidos. No entanto, a situação piorou com a doença grave de sua esposa.
Francisco já havia deixado o Grupo quando este entrou em recuperação judicial no final de 2022, resultando na demissão de cerca de 20 mil trabalhadores. Especialistas afirmam que ex-funcionários também processam diretores das empresas em recuperação judicial, incluindo Francisco, que ocupava o cargo de diretor no Grupo Santos antes de sair.
Em agosto de 2023, 30% da aposentadoria de Francisco foi bloqueada para pagar ações judiciais, e toda sua conta foi bloqueada em março seguinte para pagar uma ação trabalhista, sendo desbloqueada um mês depois.
Em janeiro deste ano, a Justiça Federal o retirou do rol de investigados da Operação Background, atestando sua inocência no âmbito criminal. Atualmente, a maioria dos processos contra Francisco é trabalhista.
Em nota, a atual administração do Grupo João Santos afirmou que as dívidas do grupo geradas até 2022 estão sob o efeito da recuperação judicial e sendo pagas dentro dos prazos. A advogada de Francisco informou que ele já perdeu 150 ações na Justiça, mas recorre em todas elas.
Fonte: @portalg1
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