“Requer-se que seja novamente decretado o segredo de Justiça dos autos; que o vídeo referido seja retirado das redes sociais; que os advogados do réu sejam impedidos de divulgar essa espécie de material nas redes sociais”, justificou a acusação no pedido. Até o momento, não há decisão sobre o requerimento.
O pedido ocorreu poucos dias após o Ministério Público (MP) solicitar a retirada do sigilo dos autos, o que permitiu a divulgação de vídeos, áudios e depoimentos que repercutiram nas redes sociais. Os materiais passaram a ser utilizados pela defesa do tenente Henrique Velozo para sustentar a sua versão sobre a dinâmica dos fatos.
Durante meses, a defesa de Velozo pleiteou o fim do sigilo no processo, argumentando que apenas trechos desfavoráveis vinham sendo compartilhados com a imprensa, enquanto provas consideradas importantes eram mantidas sob sigilo.
Julgamento adiado
Inicialmente marcado para o dia 22 de maio, o julgamento não ocorreu. Segundo a decisão judicial, o juiz da sessão indeferiu a participação de assistentes técnicos da defesa, que já haviam sido autorizados anteriormente. Com isso, o julgamento foi remarcado para os dias 5 e 6 de agosto, no Fórum da Barra Funda, em São Paulo.Relembre o caso
O caso envolvendo o policial militar Henrique Otávio Oliveira Velozo, acusado de matar o campeão mundial de jiu-jítsu Leandro Lo, teve início na madrugada de 7 de agosto de 2022, durante um show no Clube Sírio, na zona sul de São Paulo. Segundo testemunhas, após uma discussão, Lo imobilizou Velozo, que, ao ser liberado, sacou uma arma e atirou no lutador. Lo foi levado ao hospital, onde teve a morte cerebral confirmada.Velozo se apresentou à Corregedoria da Polícia Militar no dia seguinte e foi preso preventivamente. Ele responde por homicídio qualificado por motivo fútil e, mesmo detido, continua recebendo salário, conforme decisão do Supremo Tribunal Federal que considerou a suspensão do pagamento inconstitucional antes de uma condenação definitiva.
A divulgação dos vídeos e áudios do processo, após a retirada do sigilo, gerou grande repercussão nas redes sociais. Esses materiais reacenderam debates sobre a conduta de Leandro Lo na noite do crime e passaram a ser utilizados pela defesa como parte de sua estratégia.
O julgamento, adiado por questões processuais relacionadas à participação de peritos, será retomado em agosto, com expectativa de forte atenção pública e nova disputa entre acusação e defesa sobre os rumos do processo.
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