A advogada contou ao g1 que soube do caso através de um cliente que a procurou para alertá-la. "Imediatamente, após tomar conhecimento dos fatos, registrei um Boletim de Ocorrência relatando o uso indevido do meu nome e da minha imagem”.
Ela também entrou em contato com a operadora da linha utilizada no golpe e com a plataforma de mensagens, solicitando a suspensão imediata do número e a identificação do titular da linha.
A profissional notou que estava tendo os dados utilizados por criminosos para aplicarem o golpe do "falso advogado" quando outros cinco clientes dela a procuraram para fazer a mesma denúncia.
Gabriela afirmou que, até o momento, não foi possível confirmar os valores exatos solicitados por um ou mais suspeitos envolvidos no golpe. “Em alguns casos, os golpistas alegam que a causa foi ganha e solicitam o pagamento de supostas custas ou depósitos para liberação de valores judiciais”.
“Em ao menos um caso, foi sugerida inclusive uma chamada de vídeo, para passar mais credibilidade à fraude”.
Além deste caso, a advogada destacou que já houve outro episódio neste ano em que utilizaram seus dados para tentar aplicar os golpes: “Utilizaram minha imagem e meu nome profissional de forma indevida, este é o segundo boletim de ocorrência que registro em 2025 em razão da prática criminosa”.
Mais de 10 clientes recebem mensagens do ‘falso advogado’ em Boituva (SP) — Foto: Reprodução/Gabriela Cancian
Segundo a advogada, a reincidência demonstra não apenas a gravidade da situação, mas também a falha nos sistemas de verificação das operadoras de telefonia e das plataformas digitais.
A advogada Gabriela Cancian publicou um aviso na rede social reforçando os cuidados aos clientes — Foto: Reprodução/Gabriela Cancian
Medidas cabíveis
Gabriela afirmou que, para combater fraudes desse tipo, são necessárias ações coordenadas entre os órgãos de segurança pública, judiciário e empresas de tecnologia. “É imprescindível a quebra de sigilo telefônico e de IP, a fim de localizar os golpistas, além de responsabilização das operadoras que permitem a ativação de linhas telefônicas sem rigor na verificação de identidade”.
A profissional, que se tornou vítima dos golpistas, por ter seus dados utilizados de forma indevida, reforçou a importância da criação de protocolos mais rígidos nas plataformas de mensagens para prevenir a clonagem de identidade profissional e que as vítimas devem registrar um b.o.
“Reunir todas as provas do golpe (prints, transferências, contatos) e buscar orientação jurídica. É possível ajuizar ação judicial contra os bancos e instituições financeiras que liberaram contas fraudulentas, principalmente quando houver falha na identificação do titular ou ausência de diligência mínima no processo de abertura da conta”.
Casos são investigados pela Delegacia de Boituva (SP) - Polícia Civil — Foto: Leonardo Vieira/TV TEM
Plataforma de denúncia
Em abril, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) lançou a plataforma ConfirmADV, desenvolvida após aumento de golpes aplicados por criminosos que se passam por advogados, especialmente em abordagens via aplicativos de mensagens, solicitando depósitos ou transferências via PIX sob o pretexto de liberação de verbas judiciais.
Conforme os números divulgados no site da OAB, até o momento, o sistema já registrou 9.641 solicitações de verificação de advogados no país. Desse total, 7.923 foram confirmadas. São Paulo é o estado com mais casos desde 2024, sendo 1,6 mil denúncias.
Para usar a ferramenta, qualquer pessoa pode acessar o site confirmadv.oab.org.br, inserir o número de inscrição do advogado, o estado e o e-mail informado. Após o procedimento, um alerta é encaminhado ao endereço eletrônico cadastrado, e o advogado tem até cinco minutos para confirmar a solicitação. Caso a confirmação não ocorra, ambas as partes são notificadas da ausência de validação.
A OAB destaca que a plataforma é integrada ao Cadastro Nacional dos Advogados (CNA) e contribui para evitar o uso indevido de informações públicas de processos judiciais e de identidades reais da advocacia, muitas vezes exploradas com o uso de fotos e marcas de escritórios.
Por g1 Itapetininga e Região
Fonte: @portalg1
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