O pedido de prisão do advogado ocorreu após o criminalista ter feito uma solicitação de desbloqueio de valores de seu cliente junto a uma plataforma de e-commerce e de a medida ter sido deferida sem a necessidade de demanda judicial. A ação do defensor foi feita totalmente dentro das prerrogativas e do exercício da advocacia.
Em sustentação oral emocionada, na tribuna do Conselho Pleno da OAB-DF, o advogado relatou o constrangimento pelo qual passou ao tentar exercer sua profissão. “Tenho muito orgulho de ser advogado e de defender a Justiça do Distrito Federal e em nosso País. Eu só estava exercendo a minha profissão e seguindo a Constituição e o Estatuto da Advocacia. Por isso, nunca me senti tão humilhado em toda a minha vida”, afirmou.
José Souza de Lima também refutou a forma “espetaculosa e midiática” com que as operações policiais têm acontecido, sempre com o intuito de “condenar os acusados antes de a sentença ser proferida por um magistrado”, atestou.
Ações da OAB-DF em defesa das prerrogativas
“Alguns dos momentos mais felizes que vivi como presidente da OAB-DF foram os desagravos e ações em nome de colegas que foram desrespeitados, pois mostramos como a advocacia está unida em nome de nossas prerrogativas. Nunca deixamos um advogado ou uma advogada desamparada, e pode ter certeza que no seu caso não será diferente, José Souza. Ninguém pode nos constranger ou nos ameaçar dessa maneira”, disse o presidente da OAB/DF, Délio Lins e Silva, durante a reunião do Conselho Pleno.O procurador-geral de Prerrogativas da seccional do DF, Inácio Bento de Loyola Alencastro, disse não duvidar da capacidade profissional e moral do advogado requerente e lembrou que o ataque deve ser refutado, por ser uma ameaça para a advocacia. “O advogado que está aqui nesta tribuna é um criminalista jovem, mas que já provou ser um advogado de alto calibre. Com esse desagravo, vamos mostrar nossa união contra a terrível injustiça e violência que o delegado está fazendo contra um de nós e contra todos os advogados do Brasil”, ressaltou Inácio Alencastro.
O diretor de Prerrogativas da OAB-DF, Newton Rubens, lembrou que a seccional atuou no caso desde o início, ao constatar clara arbitrariedade e abuso de poder cometido contra a advocacia. “Ser advogado exige coragem e nosso colega está de parabéns, pois não baixou a guarda perante o desaforo e a arrogância do delegado contra ele perpetrada. Como diretor de Prerrogativas, posso garantir que não iremos permitir que a advocacia seja atacada dessa maneira. Temos acompanhado vários casos de abusos com muita galhardia e podem ter certeza: não vamos concordar que a advocacia seja atacada em seu exercício profissional garantido em nossa Constituição”, disse Newton.
Fonte: www.oab.org.br
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