“Na cabeça dela, ela tinha feito um bem para as crianças. Ela acha que ela livrou as meninas de viver uma vida que ela viveu”, disse o delegado.
O g1 não conseguiu contato com a defesa de Izadora até a última atualização desta reportagem.
A mulher prestou depoimento na última quarta-feira (28) e foi encaminhada ao presídio de Israelândia. Ao delegado, a mulher disse que envenenou, tentou eletrocutar as meninas dentro de uma caixa d'água com fios elétricos e em seguida, as afogou e deu facadas para garantir que elas tinham morrido.
Izadora passou por audiência de custódia e teve a prisão convertida para preventiva. A decisão do juiz Hermes Pereira Vidigal avalia, com base nos depoimentos, que Izadora agiu de forma “fria, repugnante e cruel”, e que ela oferece risco se permanecer em liberdade.
O pai das crianças disse à polícia que achou as filhas mortas debaixo de um cobertor quando chegou em casa para almoçar. Segundo o delegado, ele disse que saiu para trabalhar pela manhã e estranhou quando voltou e encontrou o portão trancado. Logo depois, ele viu vestígios de sangue e achou as meninas em um colchão.
"O pai estranhou, porque ele sempre deixa o portão aberto. Ele chamou pela esposa, ninguém respondeu. Quando ele abriu, ele viu que tinha um colchão com cobertor na área da frente. Quando ele tirou o cobertor, ele viu que as duas filhas estavam mortas", disse o delegado.
Izadora Alves de Faria suspeita de matar as filhas Maria Alice, de 6 anos, e Lavínia, de 10, em Edéia, Goiás — Foto: PM/Divulgação
Crime e prisão
Izadora foi achada com a ajuda de cães farejadores, por volta de 21h de terça-feira (27), em um matagal próximo à casa. Segundo o delegado, ela tinha sinais de ferimentos que indicam que ela tentou suicídio. A prisão em flagrante foi feita, e ela foi levada para um hospital, onde ficou escoltada e teve alta na manhã de quarta-feira (28), quando prestou depoimento à polícia.
"Ela confessou o crime, o modo como ela matou as crianças. Segundo ela, de início, ela tentou dar veneno, mas como ela viu que não iria funcionar, ela levou as crianças para uma caixa d'água, que fica em frente à casa, e tentou eletrocutar as crianças com uma extensão ligada à rede elétrica. Como ela viu que não ia dar certo, ela desligou a extensão e foi lá na caixa d'água e afogou as crianças", disse.
"Quando as crianças estavam desacordadas, ela tirou as duas da caixa d'água e as colocou num colchão. Para certificar que tinha matado elas, ela deu um golpe de arma branca", completou o investigador.
Local onde Izadora Alves de Faria tentou eletrocutar as filhas Maria Alice e Lavínia, segundo a polícia — Foto: Divulgação/Polícia Militar
De acordo com o delegado, a causa da morte ainda será confirmada pela Polícia Científica. Aos policiais militares, o pai contou que, na noite anterior ao crime, ele e Izadora teriam brigado, e ela ameaçou tirar a própria vida e matar as filhas. O delegado informou que o casal estava em um relacionamento conturbado.
"O pai falou que o relacionamento dos dois estava conturbado, e ela precisava fazer tratamento psiquiátrico porque não estava bem", disse.
Polícia Científica vistoria casa onde Maria Alice e Lavínia foram encontradas mortas em Edéia, Goiás — Foto: Divulgação/Polícia Científica
O delegado completou que ela pode responder por duplo homicídio qualificado, com aumento de pena pelo fato de as vítimas serem menores de 14 anos e serem filhas dela.
Se condenada, Daniel explicou que Izadora pode pegar até 100 anos de prisão. O crime chocou moradores de Edéia e, inclusive, os policiais que trabalharam no caso.
(Assista o momento exato em que a mulher foi encontrada, na íntegra, aqui).
Por Michel Gomes, g1 Goiás
Fonte: g1.globo.com
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