O crime foi registrado em 7 de agosto de 2022 dentro do Clube Sírio, no bairro de Indianópolis, na Zona Sul. Leandro morreu após ser baleado na cabeça durante um show. O PM se entregou à Corregedoria e estava preso desde então no presídio militar Romão Gomes.
O julgamento de Velozo teve início na quarta-feira (12) no plenário 6 do Fórum Criminal da Barra Funda, Zona Oeste. Os jurados entenderam que o PM agiu em legítima defesa, tese defendida por seus advogados (veja detalhes abaixo).
Segundo g1 apurou, Velozo já teve o alvará de soltura expedido pela Justiça e sairá do presídio da PM Romão Gomes, na Zona Norte. A data ainda não foi definida.
"A Justiça prevaleceu e o arbitrio foi afastado", afirmou Cláudio Dalledone Jr, advogado de defesa do policial sobre o resultado do júri.
Ao g1, Fátima Lo, mãe de Leandro Lo, afirmou que irá recorrer à decisão, "pois não teve justiça".
João Carlos Calsavara, promotor responsável pela denúncia do Ministério Público contra Velozo, definiu o júri como "complicado, com nulidades" e que acredita que a decisão será anulada.
Em setembro de 2022, a Justiça aceitou a denúncia do Ministério Público contra o policial e o tornou réu por homicídio triplamente qualificado.
As qualificadoras colocadas foram: por motivo torpe; com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum; e à traição, de emboscada.
Começa o julgamento do Policial Militar que é acusado de assassinar o lutador Leandro Lo
No dia 23 de maio de 2023 foi realizada a primeira audiência de instrução. A Justiça ouviu pela primeira vez o policial militar que, segundo o advogado de defesa, Claudio Dalledona, explicou "todos os pontos que lhe diziam respeito e que motivaram a ação defensiva".
O julgamento do PM deveria ter ocorrido em maio de 2025, mas foi adiado pela Justiça antes mesmo de começar sob a alegação de que a defesa do réu sofreu cerceamento no processo.
Remarcado para agosto, o júri foi suspenso novamente por decisão judicial, dessa vez após um bate-boca entre o Ministério Público (MP) e advogados do acusado.
Como foi o júri
O primeiro dia de júri popular terminou por volta das 22h de quarta-feira (12), com duas testemunhas de acusação ouvidas.
A expectativa da Promotoria era de que o policial fosse condenado a pelo menos 20 anos de prisão, em razão das três qualificadoras do crime. Conforme a acusação, Henrique quis atirar na cabeça da vítima, que chegou a ser socorrida e levada para um hospital, onde morreu.
Foram ouvidas nove testemunhas, entre aquelas da acusação e da defesa, além do acusado. Depois ocorreram debates entre os promotores do MP e assistentes da acusação e os advogados de Henrique. Já Henrique foi ouvido nesta sexta-feira (14).
Ao menos quatro dos sete jurados (cinco mulheres e dois homens) votaram para absolver o acusado. A sentença, então, foi dada pela juíza Fernanda Jacomini, da 1ª Vara do Júri.
PM foi reintegrado
Em outubro deste ano, a Justiça comum atendeu pedido da defesa de Henrique e anulou a decisão do governo de São Paulo, que havia demitido o PM, deixando de pagar os salários dele.
Além de ser reincorporado à corporação, ele voltou a receber os pagamentos mensais de mais de R$ 14 mil. Sobre essa decisão judicial, a SSP informou que "até o momento o Estado não foi intimado a respeito." Também por nota, a PM respondeu que "não comenta decisões judiciais".
Leandro foi campeão mundial de jiu-jítsu por oito vezes. A última conquista, na categoria meio-pesado, foi em 2022, a primeira em 2012, na categoria peso-leve. Nas redes sociais, ele narra os dois títulos como “as duas conquistas mais importante da carreira”.
Por Kleber Tomaz, g1 SP — São Paulo
Fonte: @portalg1

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