Segundo o desembargador, o advogado desrespeitou o artigo 93 do Regimento Interno do TJ ao fazer a leitura de memoriais durante a sustentação oral. Uile Rosa fazia a defesa de um homem condenado por roubo e receptação.
“Eu devo confessar que ouvi essa sustentação oral, melhor dizendo, essa leitura de memorial disfarçada pelo doutor Uile Rosa, completamente indignado por um crasso descumprimento do artigo 93, parágrafo 13 e 14 do Regimento Interno desse Tribunal”, disse Rondon, que é relator do processo.
“Se vossa excelência tivesse dito para nós que não conseguiria, o que seria muito normal, explicar com os detalhes a complexidade da sua tese de defesa, eu tenho certeza que a presidência dessa Câmara, bem como os seus membros, relativizaria a norma do artigo 93”, afirmou.
"Eu não aceito isso excelência, o senhor me desculpe, eu não tenho estomago para isso".
“Mas doutor Uile, disfarçar que está fazendo uma sustentação oral e ler memorial, eu não aceito isso excelência, o senhor me desculpe, eu não tenho estômago para isso”, acrescentou.
O desembargador continuou dizendo lamentar o descumprimento da norma por parte do advogado que, segundo ele, visa exatamente o interesse da própria defesa.
"Agora, praticamente 15 minutos de leitura de memorial, quando todo dia o senhor pode vir no gabinete, que será atendido não só por 15 minutos, mas por 20, 30 minutos, uma hora, pode até fazer contraditório aqui com desembargador”, disse.
“Então não há, no meu modo de ver, justificativa para fazer de conta que está fazendo uma sustentação oral e está lendo o memorial. É proibido excelência. A lei existe para ser cumprida”, declarou.
O advogado chegou a pedir questão de ordem, dizendo que o desembargador havia lhe desrespeitado, mas Rondon não atendeu ao pedido.
"Não há questão de ordem a ser admitida, vossa excelência confessou leitura de memorial", disse o desembargador irritado.
Veja vídeo a partir de 1h49min:
Thaiza Assunção
Fonte: www.midianews.com.br
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