Um print obtido pela RPC mostra uma das abordagens com uma vítima de Curitiba, onde um golpista se apresenta como representante de um escritório que não existe.
Segundo a investigação, os suspeitos contatavam possíveis vítimas com ações na Justiça e com pagamentos judiciais a receber. Só na capital paranaense, de acordo com a polícia, pelo menos 50 Boletins de Ocorrência (B.Os) foram registrados pelo crime.
No print que integra a investigação, é possível ver um suspeito comunicando a vítima de que ela tinha um processo em fase de liberação e, por isso, precisava contatar um advogado com urgência.
Nestes contatos, depois de conseguirem a atenção das vítimas, os golpistas tentavam convence-las a fazer pagamentos de taxas para liberar o valor que eles suspostamente tinham pendente. Em alguns casos, os valores solicitados eram da ordem dos R$ 10 mil, conforme a investigação.
Para serem mais convincentes, nos contatos, os suspeitos davam informações sobre processos reais dos quais as vítimas eram partes.
Segundo a polícia, as vítimas que caíram nos golpes são do Paraná, Rio Grande do Sul e São Paulo.
"Eles entram em contato com os clientes do escritório afirmando que a valores de precatórios a receber. Assim que a vítima tem a sua atenção tomada, eles afirmam que deve ser feito um pagamento de alvará pra fazer a liberação do precatório, enganando assim centenas de vítimas no Brasil inteiro", explicou o delegado Emmanoel David, chefe da Delegacia de Estelionato de Curitiba.
Até o início da tarde desta quarta-feira (22), 16 pessoas foram presas na operação, de acordo com a polícia. Todos os detidos são do Ceará. Os nomes deles não foram divulgados.
A operação
Na operação conjunta desta quarta, foram cumpridas ordens judiciais em Fortaleza, Maracanaú, e Pacatuba, no Ceará, além de Guarulhos, em São Paulo.
Segundo a corporação, 83 ordens judiciais foram expedidas na operação, sendo 20 de prisão e 63 de busca e apreensão.
Nos endereços onde estavam os falsos escritórios, conforme a polícia, funcionavam estabelecimentos como pastelaria e lojas.
De acordo com as investigações, os suspeitos também criavam registros falsos no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ) como parte dos golpes.
O que diz a OAB
A Ordem de Advogados do Brasil (OAB) informou que está dando suporte às investigações e que reforçam a importância de denunciar esse tipo de situação para as autoridades.
"Reforçamos tanto para a classe quanto para a comunidade a importância de denunciar esse tipo de situação para que as autoridades policiais possam atuar e erradicar o problema", disse a presidente da OAB Paraná, Marilena Winter.
Por g1 PR e RPC — Curitiba
Fonte: @portalg1
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