A apuração foi conduzida pela 143ª Delegacia de Polícia de Itaperuna e contou com o apoio da Delegacia de Água Boa, que analisou dispositivos eletrônicos do casal. De acordo com o delegado titular de Itaperuna, Carlos Augusto Guimarães, foram encontrados diálogos nas redes sociais em que os dois discutem, com antecedência, detalhes do crime. As conversas incluem planos sobre qual arma usar — chegaram a cogitar faca e a arma do pai do garoto —, além de sugestões para tentar ocultar os corpos e esconder as digitais com luvas.
Um dos trechos analisados indica que o casal pensou em alimentar os corpos a porcos, e também sugeriu colocar a arma na mão do irmão mais novo. A sequência dos assassinatos também foi discutida: primeiro o pai, depois a mãe. A adolescente teria dito que não queria que o irmão fosse morto, mas o garoto afirmou que decidiu no momento da ação.
Os pais do adolescente eram frequentemente tratados nas conversas como se fossem personagens de um jogo de videogame com conteúdo violento, que chegou a ser proibido na Austrália. O jogo trata de irmãos que cometem uma série de crimes. Segundo a polícia, o casal não jogava o game, mas assistia a vídeos sobre ele no YouTube.
Ainda de acordo com os investigadores, a jovem pressionava o namorado, chegando a ameaçar terminar o relacionamento caso ele não cometesse os crimes. A Polícia Civil afirma que a adolescente esperava que o garoto fosse até o Mato Grosso levando a arma utilizada nos assassinatos, com o objetivo de matar também sua própria mãe.
O delegado titular de Itaperuna afirmou que os conteúdos das conversas demonstram indícios claros de premeditação. Após os crimes, o garoto enviou à namorada uma foto dos familiares mortos. Ela respondeu que sentiu “nojo” da imagem e reclamou por ele estar “online” sem responder às mensagens durante o assassinato. Em outro trecho, ele diz por áudio: “matei meu pai”, e ela responde: “atira nela agora”, referindo-se à mãe.
Mesmo após os assassinatos, os dois continuaram trocando mensagens amorosas. Em uma delas, a jovem afirmou: “Nunca pensei que alguém faria isso por mim.”
A adolescente segue apreendida na Delegacia de Água Boa e está à disposição da Justiça. O garoto foi detido logo após o crime e foi encaminhado para internação no Centro de Socioeducação (Cense) em São Fidélis.
Camille Couto
Fonte: @cnnbrasil
Postar um comentário
Agradecemos pelo seu comentário!