A operação interestadual e liderada pela Polícia Civil de Santa Catariana foi realizada em São Paulo, Rio de Janeiro, Ceará, Pernambuco, Bahia e Rio Grande do Norte, também cumpriu 26 mandados de busca e apreensão.
Investigadores identificaram indícios de envolvimento dos suspeitos com facções criminosas em São Paulo e no Rio de Janeiro.
Cinco suspeitos foram presos em São Paulo. “Identificamos contatos dos suspeitos com facções, mas precisamos confirmar essas ligações, essa migração para os crimes digitais, ao longo das investigações”, afirmou o delegado regional de Joinville, Rafaello Ross, em entrevista coletiva em São Paulo.
Segundo as investigações, os criminosos estariam utilizando a identidade de advogados inscritos na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e dados de processos judiciais a partir de pesquisas em fontes abertas para induzir as vítimas a realizar depósitos de custas que não existiam.
Os golpistas solicitavam pagamentos indevidos, como depósitos judiciais e custas processuais, principalmente via PIX.
Os golpistas também enviavam documentos falsos, como sentenças, prometendo a liberação de valores.
Os criminosos também acessaram dados dos sistemas tribunais de forma indevida. Ainda não há suspeita de envolvimento de servidores públicos. A polícia investiga como os criminosos conseguiram acessar as informações sigilosas.
Os autores dos crimes foram identificados em vários estados, com grande concentração de vítimas nas cidades catarinenses de Blumenau e Joinville – só nesta cidade foram registrados 100 boletins de ocorrência nos últimos meses.
A investigação continua e ainda não determinou o número de vítimas nem o prejuízo total. Os valores dos golpes são variáveis, de acordo com as ações judiciais. A polícia bloqueou R$ 5,2 milhões dos investigados.
Em São Paulo, foram cumpridos 12 mandados de prisão em São Paulo, Guarulhos, Itaqua e São Vicente.
Desde agosto de 2024, a OAB-SP informa ter recebido 3,5 mil denúncias. Para enfrentar essa fraude, a entidade criou uma cartilha para orientar a população e clientes.
“A OAB SP colaborou com a OAB SC, em um trabalho conjunto de fornecimento de dados para conseguir prender quadrilhas que estão lesando cidadãos e afetando as relações e a confiança na advocacia”, diz Leonardo Sica, presidente da OAB SP.
Prédio do Tribunal de Justiça de SP, na capital paulista. Foto: DIV
Por Gonçalo Junior
Fonte: @estadao
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