A Polícia Federal (PF) apura suspeitas de negociação de decisões judiciais mediante pagamento de propina, atingindo desembargadores, juízes e servidores dos tribunais da Bahia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins, São Paulo, Espírito Santo e Maranhão.
As investigações resultaram no afastamento provisório de pelo menos 16 desembargadores e sete juízes de primeira instância. O caso também mobiliza o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), responsável por apurações administrativas, e chegou a envolver gabinetes do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Denúncias e repercussão
Murad ganhou notoriedade ao denunciar um suposto esquema de venda de sentenças no TCE-MS e no Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS). Em decorrência disso, afirmou ter sofrido perseguições e ameaças. Em 2015, quando atuava como secretário-geral do Ministério Público de Contas de MS, relatou à Polícia Federal supostas irregularidades em contratos de licitação para coleta de lixo em Campo Grande.
Após suas denúncias, cinco desembargadores foram afastados do TJMS, por determinação do STJ: Sérgio Fernandes Martins, Vladimir Abreu da Silva, Alexandre Aguiar Bastos, Sideni Soncini Pimentel e Marco José de Brito Rodrigues.
Murad também foi alvo de um processo por calúnia e difamação movido pelos conselheiros que denunciou, mas o caso foi arquivado. Atualmente, ele move uma ação indenizatória contra sete conselheiros, com pedidos que variam entre R$ 2 milhões e R$ 14 milhões.
Em entrevista ao Perfil News, Murad comentou a sensação de ver as investigações se expandindo para outros estados:
“Passei por um longo período de dificuldades após as denúncias. Sofri perseguições e perdas financeiras, mas hoje vejo que as investigações avançaram e a Justiça está apurando os fatos.”
O caso segue em andamento, e novas fases da operação não estão descartadas pela Polícia Federal.
Fonte: Perfil News
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