Segundo Barroso, o problema do Brasil não é a polarização, que considera parte natural da democracia, mas o extremismo e a recusa em conviver com quem pensa diferente.
"A democracia tem lugar para liberais, para progressistas e para conservadores. Mas qualquer causa, à esquerda, à direita ou de centro, que precise de ódio, que precise de desinformação, que precise de teorias conspiratórias, não pode ser uma causa boa", disse durante evento do Cesa-Nacional (Centro de Estudos das Sociedades de Advogados).
Ao abordar diretamente o caso de Bolsonaro, o ministro destacou que o julgamento deve ser visto como cumprimento do dever constitucional do STF diante de fatos graves.
"Esse é o julgamento que a gente precisa fazer para encerrar os ciclos do atraso e acabar com essa ideia de que quem perde tenta dar um golpe de Estado, quem perde não precisa respeitar as regras do jogo", afirmou.
Barroso lembrou que Bolsonaro obteve 49% dos votos na eleição de 2022, o que naturalmente gera tensão e contrariedade em parcela expressiva da população.
Ainda assim, sustentou que o papel do Supremo é fazer valer a legalidade.
"O julgamento em si é uma necessidade institucional brasileira para nós colocarmos um ponto final nessa história de golpes, contragolpes e tentativas de quebra da legalidade."
Confira:
Mais cedo, o presidente do Supremo afirmou que o julgamento de Bolsonaro e de outros sete réus "precisa ser feito com absoluta serenidade, cumprindo o que diz a Constituição, sem interferências, venham de onde vierem".
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