Em inquéritos instaurados contra Flávia, as investigações apontaram que ela teria desviado cerca de R$ 700 mil das vítimas. A advogada chegou a ser presa em março de 2024, mas estava respondendo aos processos em liberdade. Na terça-feira (17), um cartaz com foto e informando que Flávia estava sendo procurada foi divulgado pela polícia.
O advogado Gustavo Santos, que faz a defesa de Flávia, informou que o STJ concedeu habeas corpus na quarta-feira (18). "Quando Flávia passou por uma blitz, já retornando para casa, e foi detida. Mas já foi liberada", explicou.
A Polícia Civil informou que a abordagem à advogada, até então considerada foragida, aconteceu nesta sexta-feira (20) e que com a decisão do STJ, a investigada foi liberada, mas terá que cumprir as seguintes medidas cautelares alternativas à prisão:
- Comparecer a todos os atos do processo a que forem regularmente intimados;
- Proibição de se ausentar da Comarca por período superior a 30 (trinta) dias e mudar de endereço sem prévia comunicação a este juízo;
- Proibição de manter contato, pessoal ou telefônico, ou ainda por pessoa interposta, com a(s) vítima(s) e testemunha(s);
- Suspensão integral da atividade da advocacia até o final da ação penal.
No dia da divulgação do cartaz de procurada, a Ordem dos Advogados do Brasil - Seccional Tocantins informou que a advogada ainda está com o registro suspenso e impedida de exercer a profissão.
Equipes do Centro Integrado de Operações de Fronteira, vinculado à Diretoria de Operações Integradas e de Inteligência (CIOF/DIOPI) da Secretaria Nacional de Segurança do Pública do Ministério da Justiça (Senasp/MJSP), da Polícia Rodoviária Federal (PRF), delegacias especializadas da Polícia Civil e Polícia Militar de Goiás e Tocantins atuaram na localização e abordagem da adovogada.
Conforme a Polícia Civil, foram instaurados 21 inquéritos policiais contra a advogada, sendo que 17 foram finalizados e entregues ao Ministério Público e Poder Judiciário.
Investigada por estelionato e fraude documental
A advogada Flávia Paulo foi presa no dia 12 de março deste ano, em Palmas. Ela é investigada por estelionato e fraude documental. Na época, a polícia informou que ela aplicava golpes desde 2017, antes mesmo de tirar o próprio registro profissional para advogar.
Ela teria aplicado golpes emitindo falsas guias de pagamento e usando procurações para receber valores destinados aos clientes. A suspeita é de que, em alguns casos, ela recebia os valores que as vítimas ganhavam na Justiça e ficava com as quantias ao invés de fazer o repasse aos clientes.
Conforme as investigações, Flávia teria desviado mais de R$ 185 mil de uma clientes que buscava tomar posse de um cargo público. Durante o processo, conforme as investigações, Flávia teria dito a cliente que seria necessário o pagamento de taxas judiciais e chegou a emitir guias falsas de Documentos de Arrecadação Judiciária (DAJ), com valores fictícios para serem pagos, que precisariam ser depositados em sua conta.
Apenas nessa ação, a suspeita desviou R$ 180.761,70 e recebeu R$ 5 mil de honorários.
Além dos inquéritos que estavam sendo investigados pela polícia, advogada é réu em pelo menos quatro processos por apropriação indébita na 3º Vara Criminal de Palmas.
Flávia Paulo Oliveira é presa em Palmas — Foto: Dinaredes Parente/TV Anhanguera
Por Patricia Lauris, g1 Tocantins
Fonte: @portalg1
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