De acordo com o levantamento, a média salarial de um juíz no mês de março de 2025 foi de R$ 65.532. No mesmo período de 2024 era de R$ 50.997. O teto salarial do funcionalismo público, dos ministros do STF, é de cerca de R$ 46 mil.
Segundo o estudo, os magistrados já haviam tido um aumento de 21,95% no rendimento líquido, entre os anos de 2023 e 2024, que aumentou os vencimentos de R$ 45.050,50 para R$ 54.941,80. O crescimento se manteve no início de 2025, chegando ao valor máximo em fevereiro de 2025, quando alcançou R$ 66.431,76.
Supersalários e “penduricalhos”
A pesquisa “A corrida além do teto: Supersalários, verbas indenizatórias e a necessidade de resgate da autoridade constitucional” ainda destaca que as despesas com juízes passaram de R$ 7 bilhões em 2023 para R$ 10,5 bilhões em 2024. Os dados consideram apenas as remunerações de magistrados.
O estudo foi feito pelo pesquisador Bruno Carazza com dados do Conselho Nacional de Justiça. Segundo a ONG, os aumentos foram potencializados por conta de auxílios e benefícios, entre eles os chamados “penduricalhos”.
“Desta forma, é possível ultrapassar o teto constitucional, que atualmente é de R$ 46.366,19, e deixar de pagar obrigações como o Imposto de Renda”, diz o texto.
Os subsídios recebidos já representam mais de 43% dos rendimentos líquidos recebidos, diz o estudo.
Desafio estrutural
A diretora-executiva do Movimento Pessoas à Frente, Jessika Moreira, afirma em comunicado que a situação dos supersalários “prejudica o Brasil há muitos anos”. “Não podemos esperar mais 40 anos para finalmente resolver esse desafio estrutural dos supersalários no Brasil.
Se considerarmos o aumento que foi identificado entre 2023 e 2024, de 49,3%, em apenas dois anos, esse valor terá dobrado”, diz ela, que defende a atual reforma administrativa, em pauta na Câmara dos Deputados.
O Movimento Pessoas à Frente é um grupo formado por especialistas em gestão e liderança e afirma ter como objetivo “aperfeiçoar” o debate público.
Laura Braga
Fonte: @metropoles
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