No país, após uma linha telefônica ser cancelada, o número associado a ela só pode ser atribuído a um novo usuário depois de um prazo de quarentena de 180 dias. Como o WhatsApp segue ativo nesse período, gera o que técnicos chamam de 'janela de vulnerabilidade', possibilitando acesso de golpistas a dados e informações do ex-titular da conta e ao uso indevido para a prática de crimes, principalmente via wi-fi.
Em razão do risco a que estão sujeitos milhões de brasileiros, a OAB/RJ pede à Justiça medidas urgentes para corrigir o problema. Entre os pedidos estão: a desativação automática, em até 48 horas úteis, das contas do WhatsApp vinculadas a números cancelados; a implementação, em até 90 dias, de um mecanismo técnico de sincronização com as operadoras; a proibição de manter contas ativas associadas a números desativados; e a notificação de usuários sobre os riscos e procedimentos de segurança.
"É uma situação de insegurança muito grande, que viola a privacidade dos usuários, contraria o CDC e a LGPD. Facilita a vida dos criminosos e causa transtornos à sociedade. Além disso, dificulta a investigação pelas autoridades competentes, já que, oficialmente, as linhas a serem investigadas já foram canceladas", explicou a presidente.
Operadoras denunciam situação a Ministério
O alerta sobre a vulnerabilidade das contas ativas de WhatsApp associadas a linhas telefônicas canceladas também foi feito pela Conexis Brasil Digital - Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviços Móveis Celular e Pessoal. Em ofício enviado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, a entidade sugere a criação de uma interface que permita a comunicação entre operadoras e plataformas digitais para agilizar a desativação das contas de WhatsApp.

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