Paulo Guedes avalia 'imposto do pecado' sobre cigarros, bebidas alcoólicas e açúcar

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bit.ly/2upAUn6 | O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta tarde no Fórum Econômico Mundial, em Davos, que pediu à sua equipe estudos para a criação de um “imposto do pecado”. Ele mencionou cigarros, bebidas alcoólicas e produtos com adição de açúcar como alvos potenciais de um novo tributo.

— Eu pedi para simular tudo. Bens que fazem mal para a saúde. Caso [as pessoas] queiram fumar, têm hospital lá na frente — disse o ministro, em conversa com jornalistas após seu último dia de compromissos no Fórum Econômico Mundial.

Ao fazer um balanço de seus quatro dias de participação no encontro que reuniu líderes governamentais e empresariais na cidade suíça, o ministro brasileiro afirmou que "não esperavam quase nada da gente e agora nos dão reconhecimento' (leia mais aqui)

Guedes defendeu a inclusão de produtos como refrigerantes, sorvetes e chocolates na nova taxação. Ele usou o termo “imposto do pecado” para defendê-la, mas disse que a expressão é acadêmica (do inglês “sin tax”) e não tem juízo moral. “Não é nada de costumes, Deus me livre.” Em novembro do ano passado, o ministro já tinha mencionado a possibilidade de tarifação para desestimular o consumo de produtos que, no futuro, causam custos ao Estado, como o cigarro.

De acordo com o ministro, a proposta do governo para a reforma tributária está próxima de uma conclusão e deve ser enviada em fevereiro. Ele acredita em um encaminhamento ao Congresso Nacional em 20 a 30 dias.

— A gente volta para o Brasil e já começa a bater o martelo — prometeu.

Guedes disse ter expectativa de que a reforma será aprovada ainda neste ano. “Para o [Rodrigo] Maia, que tem mais um ano de mandato, é simbólico”, afirmou o ministro, que dorme hoje em Zurique e passa a sexta-feira em viagem de retorno para Brasília. Ele disse que tanto o presidente da Câmara quanto o do Senado, Davi Alcolumbre, prometeram ao governo criar uma comissão mista – com 15 deputados e 15 senadores – para acelerar a tramitação.

Em Brasília, o secretário especial de Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues Junior, disse que qualquer medidas estudadas pelo governo não preveem aumento da carga tributária, mas não entrou em detalhes sobre o comentário de Guedes.

- Trabalhamos com zero de aumento de carga tributária.  Uma ou outra medida pode ser adotada. Qualquer medida que implicar em aumento de carga tributária se chocará frontalmente com a própria diretriz do ministro Guedes — disse ele, em conversa com jornalistas.

* enviado especial davos novo 2301

Daniel Rittner, do Valor*
Fonte: O Globo

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