Foto acima - Réu mostrou como foi efetuado o disparo durante briga
Na ata do julgamento, o magistrado determinou que o chefe de cartório deve certificar nos autos os gastos. O juiz avalia a possibilidade a apresentar a conta do cancelamento para os envolvidos. A decisão será tomada após a realização do novo julgamento. “O adiamento provocado pelas partes traz custos ao Judiciário”, destaca o juiz.
O magistrado afirma que em 13 anos presidindo as sessões em Campo Grande nunca testemunhou situação similar, em que a briga entre defesa e acusação levasse ao cancelamento.
A reportagem apurou que o custo médio de uma sessão de júri popular é de R$ 1.500. A ata do julgamento registra que houve a escolha dos jurados e oitiva de cinco testemunhas. A confusão veio durante o interrogatório do réu.
“Aos 45 minutos do interrogatório, o Parquet e um dos membros da banca de Defesa (Dr. José Roberto Rodrigues da Rosa) passaram a travar intensa discussão, com extrema rudeza e alaridos (gritaria), de forma totalmente descompassada, pelo que foi determinado que os jurados e o acusado fossem retirados do plenário, assim como as pessoas que compunham a plateia. Mesmo após a paralisação da gravação (mídia em separado), os insultos permaneceram”, descreve o documento.
Diante da total falta de condições para a continuidade dos trabalhos, o julgamento foi encerrado.
Joseilto nos banco dos réus e o advogado José Roberto Rodrigues da Rosa
Tempo fechou - O advogado José Roberto Rodrigues da Rosa afirma que ouviu calado por 1 minuto e 40 segundos os gritos do promotor. O estopim para os alaridos foi a declaração de José Roberto sobre não deixar os jurados serem induzidos por fato sem repercussão nas provas.
“Quem conhece minha história sabe quem é José Arturo Iunes Bobadilla Garcia. Eu não admito que o senhor fale uma frase ofensiva como essa. O senhor retira o que o senhor falou. Eu nunca induzi jurado na minha vida. O senhor está me ofendendo com a sua opinião”, diz o promotor, em tom colérico, como registrou áudio enviado ao Campo Grande News.
Antes da confusão, o promotor pediu para o réu reproduzir o momento do disparo e apontou que eram duas versões, ao comparar com simulação feita na audiência de instrução. Na sequência, o advogado também fez uma reprodução, como se ele fosse um dos agressores, enquanto o agente estava deitado no chão, apanhando.
“O respeitei por ser bem mais velho do que eu. Mas com o plenário vazio, dei um soco na mesa que quase quebrei a minha mão. Comecei a gritar com ele. Sei que é uma pessoa do bem, mas ontem perdeu a compostura. Estava com a minha equipe e um general fraco morre na primeira batalha. Estou muito chateado, mas cumpri minha missão e defendi o meu cliente. Tenho que ser a a barreira entre o Estado e meu cliente. O advogado é um escudo”, diz José Roberto.
Na ocasião, ele estava acompanhado pelo filho, acadêmico de Direito que presenciava seu primeiro júri. Após o bate-boca, o advogado conta que houve entendimento, mas a sessão foi dissolvida.
Sobre eventual pagamento de custos, o advogado acredita não ser o caso, mas não se oporia.
O Campo Grande News tentou posicionamento do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) via assessoria de imprensa e até o fechamento desta matéria não obteve retorno.
Morte em show - O crime aconteceu na madrugada do dia 24 de setembro de 2017, no estacionamento do Shopping Bosque dos Ipês, após discussão ocorrida durante show sertanejo.
Em decisão do dia 16 de agosto de 2019, o juiz Garcete não levou processo ao júri popular. A decisão foi baseada nas provas colhidas no decorrer do processo apontam que Joseilton agiu em legítima defesa. Cinco testemunhas que presenciaram a briga relataram que o agente estava ''apanhando muito'' quando efetuou o disparo que atingiu Adilson.
O advogado da família do pedreiro recorreu da decisão e o TJ-MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), que determinou que o agente penal fosse submetido a julgamento.
Por Aline dos Santos
Fonte: www.campograndenews.com.br
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