Ministra de Lula apaga das redes vídeo em que apoia acusado de chefiar milícia

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Via @cnnbrasil | A ministra do Turismo, Daniela Carneiro, apagou de suas redes sociais um vídeo em que recebe o apoio eleitoral de um acusado de chefiar uma milícia na Baixada Fluminense.

Até a tarde desta quinta-feira (5), o vídeo ainda constava no canal da ministra no YouTube. O vídeo é de 2018 e se refere à primeira campanha de Daniela Carneiro, quando ela disputou uma vaga na Câmara dos Deputados. À época, a então candidata estava filiada ao MDB.

Márcio Pagniez, que aparece no vídeo no canal de Daniela Carneiro, é conhecido como Marcinho Bombeiro. Em 2019, ele foi preso preventivamente, acusado de homicídio e de liderar uma milícia na região. Sua prisão foi justificada porque ele estaria agindo “com extrema violência e ostentando armas de fogo de grosso calibre pela localidade”, segundo a Promotoria.

À época, Pagniez era presidente da Câmara de Vereadores de Belford Roxo (RJ), cidade comandada por Wagner dos Santos Carneiro, o Waguinho, marido de Daniela.

“Muito obrigada pelo apoio e confiança, meu amigo Marcinho Bombeiro, presidente da Câmara Municipal de Belford Roxo. Juntos vamos mudar a realidade de toda a Baixada Fluminense, em especial da nossa querida cidade”, escreveu a ministra na publicação.

Após a repercussão do vídeo, a publicação foi apagada –como já havia sido feito em outras redes sociais.

O episódio envolvendo Daniela iniciou uma onda de críticas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que foi um crítico da suposta associação de aliados de Jair Bolsonaro (PL) com a milícia no Rio de Janeiro.

A CNN entrou em contato com a assessoria de imprensa do Ministério do Turismo, mas não recebeu resposta até o momento

Pagamentos a empresa ligada a caixa 2

Além da ligação apontada com acusados de chefiar milícias no Rio, Daniela Carneiro também enfrenta problemas com a Justiça em casa. Seu marido, o atual prefeito de Belford Roxo, Wagner Carneiro (o Waguinho), foi alvo de uma ação do Ministério Público do Rio de Janeiro em 2016 por suposto caixa dois e sua campanha à prefeitura à época.

De acordo com o Ministério Público, Waguinho teria usado dinheiro não contabilizado para produzir material gráfico de campanha.

“Segundo consta do relatório de fiscalização, em 27 de julho de 2016, a fiscalização do TRE-RJ apreendeu os folhetos, que são apenas alguns dos milhares de exemplares desse material de propaganda que foi produzido e pago antes da abertura da conta de campanha. Além disso, milhares de exemplares do luxuoso material de propaganda foram distribuídos nessa cidade, cujo exemplar foi apreendido pelo TRE-RJ em 3 de agosto de 2016, conforme relatório de fiscalização. Todavia, compulsando-se os autos da prestação de contas apresentada pelos réus, observa-se que a conta bancária específica do réu Wagner foi aberta em 11 de agosto de 2016 e começou ser efetivamente movimentada em 05 de setembro de 2016”, afirmou o Ministério Público na ação.

A gráfica Lastro Indústria Gráficas confirmou que prestou os serviços para a campanha de Waguinho, mas não soube informar o valor. O sócio-administrador da imprensa disse, apenas, que “tirou mais de R$ 200 mil em notas fiscais”, segundo o MP.

A mesma gráfica recebeu, em 2018 e em 2022, recursos da campanha de Daniela Carneiro –desta vez, declarados conforme manda a Justiça Eleitoral. Foram R$ 370 mil pagos em 2018 e R$ 64 mil em 2022, de acordo com sua prestação de contas.

O caso envolvendo Waguinho acabou resultando na condenação na Justiça Eleitoral e na perda de seu mandato, decisão que acabou revertida na Justiça e arquivada após o fim do mandato encerrado em 2020.

Gabriel Hirabahasi e Emanuelle Leones, da CNN
Fonte: www.cnnbrasil.com.br

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