Durante a sustentação, o advogado afirmou que a apuração da PGR (Procuradoria-Geral da República) e da Polícia Federal foi “a pior investigação da história” e atacou a credibilidade das provas apresentadas. Disse ainda que o delegado Fábio Shor, da PF, não fez o trabalho que deveria e induziu a acusação e os ministros ao erro.
Sem citar o nome do advogado, Dino fez um discurso firme em defesa da postura do tribunal e do respeito entre as partes após a sustentação de Chiquini.
“Sabemos da importância das sustentações orais e nós respeitamos muito todo o direito tanto do Ministério Público quanto da advocacia”, iniciou. Ele afirmou que o STF sabe como avaliar o acervo de provas entregue pelas partes.
Dino afirmou que o tribunal exige respeito e serenidade. “Esta tribuna não é uma tribuna parlamentar, não é uma tribuna do Tribunal do Júri”, disse.
O ministro defendeu que o respeito aos ritos jurídicos é essencial à Justiça e fez uma reflexão sobre o comportamento das instituições. “Uma das razões da deterioração da política no nosso país foi quando se perdeu a noção dos ritos”, disse.
O ministro reforçou ainda que as manifestações devem manter o equilíbrio. “Precisamos manter o julgamento nesses termos. Organizado, com humanidade e serenidade. Ampla liberdade de conteúdo, porém observância das formas legais.”
Rodrigo Bezerra de Azevedo
O tenente-coronel do Exército foi o único dos dez réus — a maioria militares de forças especiais, os chamados “kids pretos” — a ir presencialmente ao julgamento. Ele é acusado, pela PGR, de ter atuado na operação “Copa 2022” e participado diretamente do monitoramento e plano de assassinato de Alexandre de Moraes.
Segundo a acusação, usou técnicas de anonimização e aparelhos clandestinos para ocultar a operação.
O advogado Chiquini afirmou que não há provas contra seu cliente e criticou duramente a investigação. Ele sustentou que a única evidência usada pela acusação é o de que um celular supostamente utilizado na tentativa de golpe recebeu, dias depois, um chip registrado no CPF de Rodrigo.
O advogado alega que Rodrigo, por ser das forças especiais, não seria ingênuo de usar o próprio CPF em algo ilegal e que desconhecia o uso anterior do aparelho. Disse ainda que o verdadeiro culpado e dono do celular está livre e ileso.
Gabriela Boechat
Foto: Gustavo Moreno/STF
Fonte: @cnnbrasil

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