Médico condenado por abuso de pacientes vai cumprir resto da pena em liberdade

medico condenado abuso pacientes liberdade direito
bit.ly/2Zm1mb1 | O médico ginecologista Hélcio Andrade, condenado por abusar sexualmente de pacientes, deixou a prisão na última sexta-feira (16) para cumprir pena no regime aberto. Com a progressão para o regime mais brando, ele vai cumprir o restante da pena em liberdade. A decisão, publicada no dia 15, é da juíza Sueli Zeraik da Vara de Execuções Criminais (VEC).

Os crimes pelos quais ele foi condenado ocorreram em Taubaté (SP) durante atendimentos na Casa da Mãe Taubateana. O médico foi denunciado em 2010 e condenado a 19 anos e 10 meses de prisão por violação sexual mediante fraude. (leia mais abaixo)

Antes da decisão da Justiça, o Ministério Público deu parecer favorável ao regime aberto. O médico já tinha obtido progressão para o semiaberto em dezembro de 2017.

No regime aberto ele terá que comparecer, obrigatoriamente, mensalmente à Central de Atenção ao Egresso e Família (Caef) para informar sobre quais atividades tem desempenhado; conseguir uma ocupação lícita no prazo de até 30 dias, devendo comprová-la; ficar em casa das 20h às 6h – exceto quando houver comunicação e autorização judicial para exceções; não mudar de cidade ou de endereço sem informar a Justiça; e não ir a bares ou locais considerados como incompatíveis com o benefício.

O G1 apurou que o Hélcio Andrade mora em um endereço no Centro de Taubaté. Antes de deixar a prisão, ele foi submetido a exame criminológico.

O advogado Rafael Lanfranchi, responsável pela defesa do médico, disse que o cliente dele segue afirmando que é inocente. Segundo a defesa, o detento trabalhou mais de 1.215 dias, que lhe garantiram 396 dias de remição por trabalho e estudo.

"Destaca-se que Hélcio sempre foi considerado um preso exemplar, sendo classificado seu comportamento como ótimo pelo diretor dos estabelecimentos por onde passou. Sua progressão foi, inclusive, objeto de concordância pelo membro do Ministério Público", disse o advogado em nota.

Remissão

Hélcio Andrade continuou com o registro ativo no Conselho Regional de Medicina (Cremesp) na prisão e atuou na enfermaria do presídio. A cada três dias trabalhados na unidade como auxiliar de enfermaria, ele diminuiu um dia na pena.

Ele chegou a atender como paciente o ex-médico, Roger Abdelmassih, condenado por estuprar pacientes. Abdelmassih atualmente é investigado por suspeita de fraude no laudo que usou para conseguir prisão domiciliar.

Prisão

Pelo menos 24 mulheres foram à delegacia em março de 2010 reclamar que teriam sofrido abusos durante consultas na 'Casa da Mãe Taubateana', local onde o médico trabalhava. Dos nove casos que foram parar na Justiça e, em cinco deles Hélcio foi considerado culpado. Ele sempre negou todas as acusações.

Após a denúncia das pacientes, o médico ficou preso por nove dias, em 2010, mas foi solto depois de ser beneficiado por um habeas corpus.

Meses depois ele teve a prisão decretada novamente, mas fugiu e ficou escondido na cidade de Ponta Porã (MS), município que fica a 326 quilômetros de Campo Grande, na fronteira com o Paraguai.

No dia 17 de agosto de 2014 ele estava em uma padaria de Ponta Porã, quando um turista de São Paulo reconheceu o ginecologista. Os militares foram chamados, fizeram a abordagem e constataram no sistema policial que havia mandado de prisão em aberto.

Ele ficou preso na cadeia pública de Ponta Porã até maio de 2015, quando foi transferido para a unidade prisional, em Tremembé.

Por G1 Vale do Paraíba e Região
Fonte: g1 globo

0/Comentários

Agradecemos pelo seu comentário!

Anterior Próxima