Aliás, Paixão pela Vitória é um livro do juiz de direito Samer Agi, da editora Juspodium, repleto de conselhos destinados a quem deseja investir na magistratura que se aplicam tanto à carreira quanto à vida pessoal de qualquer candidato em busca da conquista de sua sonhada posse. De fácil leitura, a obra traz a história do autor em sua jornada para o sucesso, mostrando que querer é poder, especialmente quando aliado a uma rotina planejada e organizada, voltada para o êxito. Como sabem, Samer Agi passou em 3º lugar no concurso da magistratura em Brasília-DF, tomando posse como juiz aos 25 anos de idade, quando deixou de ser delegado de polícia do estado de Goiás para se dedicar à nova função.
Essa história com final feliz tem um objetivo: mostrar que a juventude, aliada à determinação, se mostra capaz de conquistar qualquer objetivo. E nisso os jovens saem na pole position em relação aos mais velhos já que têm tempo de sobra para se dedicar à construção de seu sucesso profissional. Os mais velhos geralmente se acomodam ao seu nome consolidado e à carteira cativa de clientes do escritório, deixando brechas facilmente preenchidas pelos mais jovens, ávidos pela oportunidade de poderem também ostentar um escritório bem montado repleto de clientes fidelizados.
Só que esse mundo aí descrito não é mostrado às claras. Nenhum advogado veterano que se preze levanta da cadeira pro jovem sentar. Não! Muito pelo contrário, enquanto adula, corteja, estimula e elogia a advocacia iniciante, cultiva e mantém sua pose de mais experiente e com ela traz para si a legião de potenciais clientes em busca de especialistas consolidados, principalmente quando reúnem condições para patrocinar tamanho custo. Sim, especialistas são caros e seu trabalho esmerado vale cada centavo, mas não são todos os clientes ávidos por contratá-los que podem fazê-lo.
E é justamente nesse cenário que aparece a oportunidade de o advogado iniciante mostrar a que veio no mundo, mas para isso deve dominar sua área de atuação. Sabe o Samer Agi? Ele tomou posse como juiz há 7 anos, era um juiz substituto, novo, sem experiência, apesar de seu conhecimento irrepreensível. Havia juízes veteranos? Sim. Alguns inclusive já são desembargadores, outros, ministros. Mas todos eles, todos, repito, começaram como o Samer Agi, do comecinho, até se tornarem as potências julgadoras que são hoje.
Portanto, aí vai uma listinha que preparei para mostrar os segredos da advocacia iniciante que ninguém nunca te falou até agora! Vamos lá?
- Todo mundo começou com medo de fracassar – mesmo o advogado mais famoso sentiu medo de errar, de ser criticado. Portanto, se der medo vai com medo mesmo. O segredo? Finja ser corajoso, fale pouco, fale baixo e devagar, respire fundo, fique sério e todos vão respeitá-lo, levante o queixo, estufe o peito e entre nessa audiência, despache logo esse memorial, faça a reunião, não adie mais nenhum dia o primeiro dia do resto da sua vida memorável.
- Advogados veteranos morrem de medo de advogados jovens inteligentes e perspicazes – domine a sua área de atuação e logo, logo estará sendo reconhecido e apontado na rua, para desespero dos mais experientes.
- 99% da vitória depende do estado emocional. Se você é iniciante estude o dobro de tempo que os seus concorrentes estudam, trabalhe mais do que os seus concorrentes trabalham, domine conhecimento e o mundo em que atua ficará mais simples e fácil. Quem domina uma área não tem medo de errar e o cliente sente isso, ele confia em quem fala com propriedade sobre as estratégias para solucionar os problemas apresentados. A sua segurança vai desbancar muito veterano que não se atualizou, que se acomodou. Mas seja humilde, não corra o risco de se tornar um babaca só porque sabe muito ou tem um escritório do tamanho de um navio.
- Para ser um profissional valorizado você precisa cobrar caro. Sem dúvida você já ouviu essa frase e ficou muito preocupado, acreditando que tem de cobrar honorários elevados para ser um profissional de valor, mas como é iniciante ninguém quer te contratar, não é mesmo? Pois delete essa frase de uma vez por todas! Ela foi criada para impedir você, advogado jovem, de ganhar dinheiro. Substitua essa assertiva totalmente equivocada por há clientes que procuram valor e há clientes que procuram preço. Valor combina com veterano, não com a jovem advocacia, que combina com preço baixo e acessibilidade, realidade que apavora os mais experientes! No começo da profissão é praticamente impossível cobrar honorários iguais aos dos veteranos. Nem tente! Cobre de acordo com a realidade do potencial cliente à sua frente. Vá tateando, quando estiver em consulta jurídica (cujo preço deve ser acessível para começar a aparecer clientes), investigando a renda dele, da família, o tamanho do patrimônio e os problemas que precisam ser solucionados para, só então, poder definir um valor de honorários justo, adequado à capacidade financeira de quem pode vir a se tornar cliente desde que você seja acessível à realidade econômica dele. Não adianta ter uma tabela interna cara se nunca atendeu ninguém. É com o tempo, repito, com o tempo que o advogado jovem adquire expertise e confiança para cobrar honorários à altura de seu trabalho. Não tem como ter seus serviços de excelência reconhecidos se ninguém contratá-lo. Não há como ter experiência se não trabalhar, não for contratado. Essa é uma máxima a ser internalizada definitivamente pela jovem advocacia, sem romantismo. Primeiro, feche o contrato, a que preço for. Com o tempo construa um nome tão forte que será preciso um caminhão de dinheiro para pagar seus honorários.
- A Tabela de Honorários da sua seccional só serve para ter uma base do que cobrar, não é uma imposição desarrazoada. Muito pelo contrário. Aliás, assim como a advocacia jovem tem desconto na anuidade da Ordem deveria ter direito de praticar a tabela pela metade dos valores de honorários nela estabelecidos como mínimos aceitáveis para cada tipo de procedimento. Fica a dica. E de qualquer forma, a tabela é um norteador de honorários, já que é possível adequá-los à realidade do cliente. Ufa! Desse mal a advocacia não morre, portanto.
- Produzir conteúdo não traz cliente. Errado! Traz sim, produza! Veteranos não gostam de ver a advocacia jovem se exibindo na internet, mas se não se exibir escrevendo e mostrando o que faz ninguém vai conhecer seu trabalho nem contratar! Para construir autoridade em sua área de atuação, implantar e consolidar seu nome no meio jurídico e social, o advogado jovem deve produzir artigos, textos e informações sobre seu nicho e os problemas que resolve, falando mil vezes sobre a mesma coisa até convencer a si mesmo de que é um especialista e, via de consequência, convencer seu público e sua audiência de que é o melhor naquele assunto. O objetivo é criar uma marca e viver para difundi-la, erguê-la, consolidá-la, torná-la inesquecível.
- Advocacia iniciante não sabe de nada. Sabe, sim, e pode mudar o mundo, rejuvenecê-lo, atualizá-lo e melhorá-lo muito, basta se organizar, convocar e reunir pessoas em prol de uma causa, o que jovens sabem fazer como ninguém. A advocacia jovem é numerosa e questionadora, o que a faz capaz de mudar o que está errado, obsoleto, arcaico, fora de moda, sem sentido. Nesse mundo digital imparável, o que a advocacia mais experiente teme é que a advocacia iniciante reúna pessoas e forças para finalmente mudar de vez o que há muito tempo tem de ser mudado, com coragem, inteligência, estratégia e determinação, além de pressa, que é a sua mais temida qualidade.
- O cliente busca informações sobre você na internet e nas redes sociais, essa é uma verdade inquestionável que os veteranos não gostam de admitir. Quando um potencial cliente chega até você ele já pesquisou tudo ao seu respeito buscando seu nome no Google e nas redes sociais. Portanto, exclua desde já fotos que não tenham a ver com seu trabalho e comece a plantar a sementinha do conteúdo informativo sobre os problemas que resolve com excelência. O cliente vai julgar a sua competência pelo que você posta e exibe na internet.
Quando a gente começa na advocacia tem a impressão de que jamais conseguiremos alcançar o que nossos modelos de sucesso conseguiram, o que não é verdade. Diga-se de passagem, esse processo de construção de nome na advocacia está mais acelerado, o que vejo como uma grande vantagem para os advogados iniciantes. Há muita informação no mercado, muitos cursos acessíveis para o advogado se atualizar, se aprofundar e se especializar. E, na mesma proporção em que saem bacharéis das faculdades e carteiras da Ordem são entregues, clientes aparecem ávidos por contratar um bom advogado a um preço justo para resolver seus problemas. Que seja você esse advogado!
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Patricia Garrote é advogada atuante em Direito de Família e Sucessões, especialista em divórcios saudáveis, professora, palestrante, autora do livro "A fórmula do sucesso na Advocacia: como montar e manter seu escritório funcionando" e criadora do curso Advocacia de Sucesso que ensina como viver da profissão
Fale com Patricia: patriciagarrote@hotmail.com - www.patriciagarrote.adv.br
instagram @patriciagarroteoficial - Patricia Garrote - OAB-DF 28.400
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