Davi Alcolumbre (DEM-AP), que é judeu, foi um dos que se manifestaram. Ele divulgou uma nota oficial, classificando o ato de "repugnante e criminoso".
"Durante a transmissão do Flow Podcast, o apresentador Bruno Aiub, conhecido como Monark, defendeu a criação de um partido nazista no Brasil. Defender o nazismo não é liberdade de expressão. Defender um regime que assassinou seis milhões de judeus inocentes só por serem judeus, no maior genocídio da história, é um acinte repugnante e criminoso", disse.
Segundo o senador, em tempos de pós-verdade, não faltam disseminadores do discurso de ódio buscando o revisionismo histórico e a negação do genocídio judeu. Para ele, a divulgação de mentiras é uma ameaça permanente. Não só à comunidade judaica, mas a todas as minorias no mundo.
"O estado nazista criou campos de extermínio, dedicados única e exclusivamente a executar inocentes. Tudo isso me marca de maneira profunda, dada as minhas raízes judaicas. A religião reforça meu elo com as vítimas dessas atrocidades, fazendo com que eu me solidarize e padeça duplamente, como ser humano e como judeu. Este é um país construído sobre o respeito à diversidade e o acolhimento ao diferente. Que nós sejamos capazes de manter viva a memória de um passado tão cheio de dor para jamais termos de testemunhar um holocausto novamente", disse o parlamentar na nota.
Constituição
A senadora Leila Barros (Cidadania-DF) disse no Twitter que defender um partido nazista fere não só a comunidade judaica, mas a Constituição. Ela lembrou os limites da liberdade de expressão."Destilar preconceito, intolerância e desprezo pelas vidas é crime. A liberdade de expressão não pode ser usada como permissão para propagar discursos de ódio", afirmou.
Já o senador Styvenson Valentin (Podemos-RN) classificou a atitude de Monark de abominável. Para ele, ou são pessoas ignorantes, que desconhecem a história, ou conhecem e se identificam com as ideias nazistas, o que é muito grave.
A senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) também se revoltou com o ocorrido. Para ela, é repugnante usar a liberdade de expressão como pretexto para apologia a crimes abjetos como o nazismo.
"Nazismo é genocídio; não é liberdade de expressão. Qualquer liberdade precisa estar condicionada ao respeito ao próximo, ao direito à coletividade", escreveu.
Os senadores Fabiano Contarato (PT-ES) e Alessandro Vieira (Cidadania-SE) também protestaram. Para eles, discurso de ódio não se confunde com liberdade de expressão e as liberdades democráticas não podem ser usadas para defender "ideologias nefastas".
"Discurso de ódio não é opinião; além de uma desumanidade acintosa, é crime previsto no artigo 20 da Lei 7.716/1989", acrescentou Contarato.
Fonte: Agência Senado
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