O advogado Josué Ferreira dos Santos e o policial civil Mario Augusto Bernardo Junior Foto: Reprodução TV Globo
O esquema previa aliciar o analista responsável pela avaliação de risco da transferência com um “pagamento vultoso” para que o traficante conseguisse vir para uma penitenciária fluminense. A negociação foi gravada.
Rogério 157 foi chefe do tráfico da Rocinha, na Zona Sul, e está preso desde janeiro de 2018 na Penitenciária Federal de Porto Velho, em Rondônia. Ele tem quatro condenações por tráfico e corrupção.
Parecer sobre o preso seria entregue até o fim do mês
Quando o preso está em uma unidade do sistema penitenciário federal, é preciso que o governo do estado de origem dele apresente anualmente um parecer sobre os riscos de que ele regresse a uma cadeia local. Esse documento é entregue à Vara de Execuções Penais e informa a periculosidade do preso, poder de influência e os aliados dele. A Justiça então decide se ele continua no lugar ou retorna ao estado. O prazo de entrega do ofício de renovação de Rogério 157 acaba no fim do mês.
Segundo a reportagem, o policial civil Mario Augusto Bernardo Junior teria feito a intermediação entre o advogado Josué Ferreira dos Santos e o analista da Subsecretaria de Inteligência. Em depoimento, o policial relatou que a dupla ofereceu um “pagamento vultoso” para que o ofício não fosse enviado no prazo. Segundo ele, os dois disseram que o traficante é “bastante generoso” e disseram para o agente da Ssinte escolher “um valor que seria apresentado a Rogério para aprovação”. Com a perda desse prazo, o advogado pretendia ingressar com um pedido na Justiça de regresso do traficante ao estado do Rio de Janeiro.
Ao EXTRA, o advogado Thiago Minagé, que defende Josué Ferreira dos Santos, informou não ter tido acesso ao conteúdo das investigações e que só irá se manifestar quando a íntegra do procedimento for disponibilizada.
Extra, com TV Globo
Fonte: extra.globo.com
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