Um eles dizia: “Só nascendo de novo macaca”. Em outro, uma pessoa chama a menina de 10 anos de “preta” e “macaca”.
Inconsolável, a mãe da criança prestou queixa nesta quinta-feira (12) na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância.
“Nossa cor é tão linda, não tem necessidade de as pessoas fazerem isso, né? Dá um sentimento muito ruim. Ver ela triste, chateada, chorando. Não querendo mais participar do Instagram dela. Certo tipo de coisa que as pessoas comentam por maldade”, diz a mãe Célia Leite.
A família mora em Itaoca, em São Gonçalo. A mãe contou que foi a própria criança que pediu para que elas fossem à delegacia prestar queixa. Mãe e filha querem justiça, e que os autores das ofensas sejam identificados e punidos.
"Viemos prestar queixa para ver se isso para, para o pessoal entender que internet não é terra de ninguém. É terra de todos nós. Pessoas negras, brancas, independentemente de cor”, diz Célia.
O advogado da família acredita que a nova lei, sancionada ontem pelo governo federal, equiparando o crime de injúria racial ao de racismo, diminua a quantidade de casos como esse.
“Com a mudança da tipificação sancionada na quarta (11) a gente acredita que esses crimes possam ser punidos com o peso da lei do crime que eles acabam cometendo”, disse Daniel Vargas.
“Isso é racismo. No mundo de hoje não era para ter esse tipo de coisa que é racismo. Todo mundo que passar por esse constrangimento tem que prestar queixa, vir à delegacia, para o mundo ser melhor”, disse a mãe da menina.
Por Lívia Torres, RJ2
Fonte: g1.globo.com
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