'Faraó dos Bitcoins': Glaidson Acácio tem prisão revogada pela Justiça

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Via @jornalextra | A 3ª Vara Federal Criminal revogou, na segunda-feira, uma das prisões preventivas de Glaidson Acácio dos Santos, o "Faraó dos Bitcoins", referente a um processo por estelionato, cometido contra duas pessoas. O ex-garçom e presidente da GAS Consultoria e Tecnologia, que segue preso na Penitenciária Federal de Catanduvas, no Paraná, responde hoje a 13 ações penais. Contra ele havia sete prisões preventivas decretadas. Com a decisão de ontem, restam ainda seis prisões.

Em sua decisão, a juíza federal Rosália Monteiro Figueira cancelou o mandado de prisão contra Glaidson. A magistrada, porém, indeferiu pedido da defesa do empresário para anular as provas contra ele "tendo em consideração os princípios da segurança jurídica e credibilidade do sistema judiciário", segundo um trecho da decisão.

Glaidson é apontado pelo Ministério Público do Rio como chefe de uma "tropa" armada para monitorar e até matar concorrentes no mercado das criptomoedas.

Defesa quer retorno presídio no Rio

O "Faraó dos Bitcoins" foi transferido no início do ano para o presídio de Catanduvas por decisão do juiz Marcello Rubioli, quando ele estava na 1ª Vara Especializada em Organização Criminosa do Tribunal de Justiça do Rio. O advogado David Augusto Cardoso de Figueiredo disse que, diante da revogação da prisão, requereu por meio de um habeas corpus — que aguarda julgamento na 8ª Câmara Criminal do TJRJ — a transferência de Glaidson para um presídio no Rio:

— Diante dos argumentos apresentados pela defesa, estamos muito confiantes no retorno de Glaidson para o presídio Joaquim Ferreira (Bangú 8, no Complexo de Gericinó, na Zona Oeste do Rio).

Assassinato de concorrentes

Em dezembro do ano passado, o Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do MP, desencadeou a operação Novo Egito, que apontou o envolvimento do empresário numa organização criminosa com o fim de "assassinar concorrentes". De acordo com o Gaeco, o "Faraó dos Bitcoins" destinava parte dos recursos obtidos com o golpe da pirâmide financeira, disfarçada de investimentos em bitcoins, para custear aluguel de carros, compra de armas, pagamento de seguranças e contratação de detetives e pistoleiros para garantir a soberania no mercado de pirâmides na Região dos Lagos do Rio.

As investigações demonstraram que seis das empresas de fachada criadas por Glaidson foram utilizadas para garantir o fluxo financeiro entre o negócio do "Faraó", liderado pela GAS Consultoria e Tecnologia, e o “setor de inteligência”. O Gaeco também descobriu que outras duas firmas, a Central Pescados e Alimentos Mourão e a Alfabank Consultoria e Investimentos, serviam para o dinheiro chegar aos executores dos crimes.

A quebra do sigilo telefônico do Faraó revelou, de acordo com as investigações, que ele recorria a esse “setor de inteligência” para emitir a seus subordinados ordens diretas sobre quais concorrentes deveriam ser “zerados/eliminados”. Em mensagens trocadas com um dos seus comparsas, Ricardo Rodrigues Gomes, o Piloto, Glaidson — utilizando o nome “Souza Santos” — pede ajuda para criar “uma equipe de dez cabeças para fazer uma limpeza em Cabo Frio”.

Glaidson está preso desde agosto de 2021. Alvo central da Operação Krytpos, deflagrada pela Polícia Federal (PF) e pelo Ministério Público Federal (MPF), ele é acusado de montar uma pirâmide financeira disfarçada de investimento em bitcoins. A Operação Novo Egito foi um desdobramento da Kryptos.

Por Vera Araújo
Fonte: extra.globo.com

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