Durante as buscas na casa do suspeito, em Jardins Mangueiral, policiais da 18ª Delegacia de Polícia (Brazlândia) recolheram eletrônicos, documentos e, por determinação judicial, armas de fogo, carteira funcional e distintivo do agente.
A pedido da PCDF, o juiz da Vara Criminal e do Tribunal do Júri de Brazlândia decidiu afastar o servidor algo de investigação, provisoriamente, da função pública. O afastamento é por 90 dias e, nesse período, o policial penal não pode frequentar as dependências da instituição nem acessar a rede do sistema prisional.
Segundo a PCDF, o homem também é suspeito de tentar beneficiar um dos líderes da quadrilha, flexibilizando o cumprimento da sua prisão preventiva.
A 18ª DP teve o apoio da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seape) durante as investigações.
“Playboys da batida”
A organização criminosa foi desarticulada em 18 de setembro de 2023, no âmbito da Operação Coiote, deflagrada pela 18ª DP. Estruturado, o grupo criminoso era formado por um empresário, uma advogada, um ex-policial militar do DF, a mulher do PM e outros dois integrantes.
O bando, de acordo com as investigações, faturou pelo menos R$ 2 milhões forjando acidentes violentos com perda total de veículos para embolsar o dinheiro do seguro.
Atuando desde 2015, a organização criminosa simulou 12 acidentes e destruiu 25 veículos de luxo de montadoras como Porsche, Audi, BMW, Mercedes e Volvo.
Os cabeças do esquema torravam o valor das apólices em viagens internacionais para os destinos mais caros do mundo, tanto na Europa quanto na Ásia e no Oriente Médio.
Parte do dinheiro era reinvestida pelos “playboys da batida” na compra de outros carros, que, novamente, seriam destruídos em colisões frontais que impossibilitassem o conserto dos veículos. Os acidentes forjados ocorreram nas cidades de Brazlândia, Taguatinga, Ceilândia, Samambaia, Vicente Pires e Brasília.
Conexão perigosa
Segundo as diligências, o policial penal afastado é amigo de um dos líderes da organização criminosa e, em outubro de 2023, acessou dados pessoais do policial civil responsável pelas investigações e repassou-os ao grupo fraudador.
Munida das informações, a organização criminosa mandou um sujeito até a casa do policial civil para intimidá-lo. A PCDF também apurou que o policial penal tentou classificar o líder do bando para trabalho interno no Centro de Detenção Provisória II (CDP II) antes do prazo de quarentena estabelecido.
A Seape detectou o favorecimento e impediu a classificação. À época, o policial penal afastado era diretor-adjunto do CDP II, onde os líderes da organização criminosa cumprem pena.
O servidor foi exonerado da função de direção no último 6 de fevereiro, tão logo a Seape foi comunicada da apuração da 18ª DP.
Mirelle Pinheiro e Carlos Carone
Fonte: @metropoles
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