A identidade do sentenciado não será revelada a fim de preservar as vítimas, que hoje têm 14 e 19 anos. De acordo com o juiz Bruno Nascimento Troccoli, da 1ª Vara Criminal de Santos, ao menos 100 episódios de abuso teriam ocorrido contra a menina mais nova e ao menos quatro contra a mais velha, entre 2014 e dezembro de 2020.
Após seis anos, as meninas foram indagadas e contaram à mãe sobre a violência. Isso ocorreu após a mais velha postar nas redes sociais que havia sido molestada aos 10 anos de idade.
A mãe das vítimas registrou um boletim de ocorrência na Delegacia de Defesa da Mulher de Santos e, em seguida, o Ministério Público de São Paulo (MPSP) ofereceu a denúncia. A sentença saiu na quarta-feira (21).
Práticas sexuais forçadas
A reportagem apurou que o homem é casado com uma irmã das vítimas e teria praticado a maioria dos crimes na própria casa. No período de seis anos, por diversas vezes, ele inseriu o dedo na parte íntima da menina mais nova e chegou a tirar o órgão genital para fora, sentando-a no colo dele. O homem ainda praticou outros atos compatíveis com o estupro de vulnerável.
“Verificou-se que, quase todas as vezes, [nome da vítima] sentia dor, tirava a mão de [nome do condenado], mas ele insistia, impunha medo e ela não tinha coragem de contar os fatos para ninguém, porque ainda era criança e estava com receio de ser encaminhada para o abrigo”, pontuou o Ministério Público.
Ainda segundo o MP-SP, o condenado obrigou a menina mais velha a beijá-lo no corredor da casa dele por mais de uma vez. Antes de ela completar 10 anos, perto do casamento dele com a irmã da vítima no civil, ele aproveitou-se de um momento em que estavam sozinhos e colocou a mão na parte íntima dela.
Autoridade sobre as vítimas
O advogado de defesa confirmou ao g1 que o sentenciado está preso preventivamente no Centro de Detenção Provisória Pinheiros 1, na capital paulista, desde 5 de outubro de 2022. A notícia sobre a condenação, para ele, foi considerada "injusta" e "desproporcional".
O Ministério Público, no entanto, entendeu que ele tinha autoridade sobre as cunhadas devido à condição do parentesco e diferença de idade. O juiz avaliou que a materialidade do crime foi comprovada pelo boletim de ocorrência e demais provas orais colhidas.
A reportagem tentou conversar com a mãe das vítimas, que disse não querer mais falar sobre o assunto.
Por g1 Santos
Fonte: @portalg1
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