Luiz é o suspeito de matar com um tiro na cabeça o aposentado Manoel de Oliveira Pepino, de 73 anos, depois de uma briga no bairro Mata da Praia.
Um dia depois do crime, o advogado passou por uma audiência de custódia e a Justiça converteu a prisão dele em preventiva.
Imagens de câmera de segurança registraram o momento em que os dois vizinhos trocaram tiros. O conflito aconteceu após uma discussão por causa de um cachorro sem coleira. Nas imagens, também dá para ouvir o advogado ligando para a polícia e falando que "reagiu e matou" o homem.
Em um dos vídeos é possível ver o momento em que o advogado Luis Hormindo França da Costa aparece segurando o seu cachorro e com a arma em punho. Clarões indicam o momento em que alguns disparos foram feitos pelo suspeito.
No dia 25 de abril, a Polícia Civil ouviu um novo depoimento da esposa do aposentado, Marília Pepino. A esposa relatou que Luis começou a ofender Manoel enquanto eles passeavam com o cachorro e após a discussão, Manoel foi para casa para pegar uma arma.
Ainda segundo o depoimento, a esposa teria implorado para Luis ir embora, mas que Luis teria dito "Vamos ver quem vai morrer primeiro".
Além disso, a esposa reafirmou que quem começou os disparos foi Luis.
O g1 buscou a Polícia Civil e o Ministério Público do Espírito Santo para pedir mais detalhes sobre o caso, mas ainda não teve um retorno até a última atualização desta reportagem.
Além disso, a defesa da família do aposentado assassinado também foi procurada, mas o g1 não teve retorno.
O que diz a defesa
Leonardo Gagno, advogado de defesa de Luiz, disse ao g1 que tinha realizado um pedido de soltura do cliente, que foi concedido na quinta-feira (2).
"O delegado de polícia entendeu que houve uma legítima defesa, assim ele opinou pelo desindiciamento, também pelo arquivamento do inquérito e por sua liberdade, isso aconteceu na quinta-feira no final da tarde. Na sexta-feira o promotor de justiça requereu que fossem cumpridas as diligências que faltavam e opinou pela liberdade do nosso cliente", pontuou o advogado.
Na sexta-feira no final do dia o magistrado da primeira vara criminal de Vitória soltou o Luiz mediante aplicação de medidas cautelares alternativas, sendo algumas delas que Luiz se apresente ao fórum uma vez por mês, não porte arma de fogo e não frequente clubes de tiros.
Relembre o caso
Segundo a esposa da vítima, Marília Pepino, Manoel estava sentado com ela e o cachorro da família, que atende pelo nome de Lobo, numa praça. O animal estava sem coleira e sem focinheira, por ser considerado dócil pelos seus tutores.
O advogado estava andando com seu cachorro no local. Uma discussão começou quando os cachorros se cheiraram, e o advogado disse que já tinha avisado ao aposentado sobre o animal dele estar solto.
"Aqui na frente de casa a gente não via essa necessidade [de estar na coleira]. A gente saiu à noite para sentar na praça junto com o cachorro, o Lobo. Como é um cachorro dócil, a gente ficou ali com ele sentado e veio este homem com o cachorro dele na coleira", disse Marilia.
Lobo, cachorro de homem morto durante discussão em Vitória, foi ao velório do tutor, realizado na Serra, no Espírito Santo — Foto: Reprodução
A viúva disse ainda que o cachorro de Luis parou e Lobo foi cheirá-lo.
"Ele [Luis] começou a dizer: 'Seu velho, você ainda vai se dar mal. Eu já pedi para você colocar esse cachorro na coleira'. Aí meu marido falou: 'O seu cachorro é bravo. Ele não, ele é dócil'", contou a esposa.
Segundo Marília, a discussão se acirrou, com muitos xingamentos e ameaças, e o seu esposo foi em casa buscar uma arma. Quando ele voltou, a troca de tiros aconteceu.
De acordo com a Polícia Militar, o advogado disse que ele e o idoso já haviam se desentendido por causa dos cachorros. A mesma informação foi dada por amigos e parentes do aposentado.
Luis alegou à Polícia Militar que o aposentado teria começado a disparar. Já a esposa de Manoel afirmou que foi o advogado quem atirou primeiro. Questionadas, a Polícia Militar e a Polícia Civil ainda não deram essa informação.
Moradores da Mata da Praia disseram que ouviram mais de 30 disparos, mas a Polícia Militar e a Polícia Civil ainda não confirmaram essa informação.
Em meio à troca de tiros, um dos disparos atingiu a cabeça de Manoel. O cão do aposentado, que atende pelo nome de Lobo, também foi baleado.
Por Daniel Marçal, g1 ES e TV Gazeta
Fonte: @portalg1
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