Dez testemunhas foram ouvidas ao longo dos quatro dias de julgamento. Contudo, o caso perdeu parte da atenção para os embates entre a defesa e a acusação, com destaque para as acusações de comportamento inadequado por parte do promotor do Ministério Público (MP), Rodrigo Sanches Martins.
Conflitos no Plenário
As tensões começaram antes do início do julgamento, quando o advogado de defesa, Cláudio Dalledone Júnior (@drdalledone), entrou com um requerimento pedindo o adiamento da sessão, pois tinha outro compromisso judicial marcado para a mesma data. Em resposta, o promotor protocolou uma manifestação com o título “Dalle cocô”, termo que foi visto pela defesa como uma ofensa direta ao advogado. Dalledone afirmou que já acionou as prerrogativas da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e solicitou providências junto à Corregedoria-Geral do MP. Até o momento, o promotor não se pronunciou oficialmente sobre o episódio.
Atrasos e Discussões
No primeiro dia de julgamento, a sessão estava marcada para começar às 9h, com a orientação de que as partes deveriam chegar com antecedência. No entanto, o promotor Rodrigo Sanches chegou com uma hora e meia de atraso, alegando problemas com o trânsito na balsa que liga as cidades litorâneas. O advogado de defesa, Cláudio Dalledone, comentou sobre a situação: “Eu e minha equipe viemos um dia antes justamente para evitar qualquer transtorno. É uma questão de respeito com a população de Pontal do Paraná”.
Ao longo do julgamento, ocorreram diversas interrupções causadas por discussões entre a defesa e a acusação. Em uma dessas situações, o promotor Rodrigo Sanches chamou Dalledone de “mentiroso” durante o interrogatório de um assistente técnico, o que levou a uma acalorada troca de palavras entre os dois lados.
Acusações de Ofensas e Conduta Inadequada
Além dos incidentes mencionados, o promotor Rodrigo Sanches foi acusado de ofender repetidamente as advogadas da defesa, Micheli Daiane de Lima Toporowicz e Giseli Severo da Rosa, durante as sessões. Segundo o pedido de desagravo público encaminhado à OAB/PR, o promotor teria afirmado que a defesa era “mentirosa, ardilosa e dissimulada”. Ele também teria utilizado um problema de saúde de uma das advogadas para proferir a frase “Vai tomar seus tarja preta, vai!”, em referência ao uso de medicamentos ansiolíticos.
Além disso, há registros de que o promotor teria utilizado expressões de baixo calão, como “PORRA” e “FODA-SE”, durante a fala da defesa, chegando a dizer: “FODA-SE A JURISPRUDÊNCIA, FODA-SE A DOUTRINA”. As advogadas formalizaram um pedido de desagravo junto à Câmara de Direitos e Prerrogativas da OAB/PR, que está em análise.
Repercussão e Pedido de Providências
As acusações de conduta inadequada e o uso de linguagem ofensiva em plenário geraram forte repercussão. A Ordem dos Advogados do Brasil, por meio de sua seccional do Paraná, está conduzindo a análise do pedido de desagravo público. Até o momento, o Ministério Público do Paraná não se pronunciou oficialmente sobre as acusações.
O caso Isabelly, que inicialmente atraiu grande atenção devido à trágica morte da jovem youtuber, agora divide os holofotes com os conflitos e acusações envolvendo o promotor Rodrigo Sanches Martins, que poderá enfrentar consequências legais e profissionais, dependendo do resultado das investigações e dos processos em curso.
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