Nascido em 1925 no interior de Minas Gerais, José Afonso se formou pela Faculdade de Direito da USP em 1957. Antes, teve trabalhos diversos, como padeiro, mecânico, garimpeiro e alfaiate. Na carreira pública, atuou como procurador do Estado de São Paulo, advogado, oficial de Justiça e secretário de Segurança Pública do estado de São Paulo entre 1995 e 1999.
A participação de José Afonso da Silva como assessor convidado da Assembleia Nacional Constituinte de 1987 consolidou a projeção nacional dele como jurista. A partir da Constituição de 1988, a produção teórica de Silva se tornou parâmetro para tribunais e universidades. Pesquisa da USP com decisões do STF entre 1988 e 2012 apontou José Afonso como o constitucionalista mais citado em julgamentos de controle concentrado.
Autor de obras fundamentais — entre elas Curso de Direito Constitucional Positivo, um dos livros mais completos sobre a Constituição de 1988 —, José Afonso da Silva também publicou estudos sobre poder constituinte, direitos fundamentais e teoria constitucional, além de textos literários.
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, desejou que "o luto por seu passamento seja dignamente iluminado pela memória de um Mestre cuja obra e atuação se pautaram pela ética democrática, pela reafirmação do Estado de Direito e pela defesa inabalável dos princípios constitucionais da justiça, da liberdade e da solidariedade".
"Que sua vida, seu magistério e seu legado intelectual permaneçam como referência perene na construção de uma jurisdição cada vez mais fiel à Constituição e comprometida com a dignidade da pessoa humana, fundamento maior da República", escreveu o ministro do STF.
A Faculdade de Direito da USP lamentou a morte do professor emérito e afirmou que sua contribuição “transcende a história do Direito no Brasil”. Docentes da casa destacaram sua importância para a consolidação do Estado Democrático de Direito e sua atuação na formação de advogados, magistrados e servidores públicos.
O presidente interino do Conselho Federal da OAB, Délio Lins e Silva Junior, afirmou que o jurista “é um dos pilares do constitucionalismo brasileiro” e que sua obra “ultrapassa gerações”.
Fonte: @jotaflash

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