Esses quatro criminosos haviam sido presos em 10 de dezembro com outras cinco pessoas suspeitas de integrarem uma organização criminosa apontada como responsável por acessar de forma ilegal o sistema do Judiciário.
Os homens deixaram a prisão graças ao crime que os levou ao sistema prisional: a manipulação dos alvarás. Até a noite desta terça-feira (23), somente um deles havia sido recapturado, e os outros três eram considerados foragidos (veja mais abaixo quem são).
Entenda a partir dos pontos abaixo o que se sabe sobre o caso:
- Como hackers invadiram o sistema do CNJ?
- O que o grupo tentava fazer?
- Como ocorreu a liberação dos presos?
- O que ocorreu com os presos soltos?
- Quem são os foragidos?
- O que o CNJ declarou sobre o caso?
- O que o TJMG informou?
- Que medida o governo de MG anunciou?
- O caso segue sob investigação?
1. Como hackers invadiram o sistema do CNJ?
De acordo com a investigação, a organização criminosa formada por hackers e estelionatários usava credenciais, ou seja, logins e senhas, associados a juízes para acessar o sistema do CNJ. Ainda não se sabe como essas credenciais foram parar nas mãos de criminosos. Com esse acesso indevido, eles conseguiam simular decisões oficiais e alterar dados sensíveis de processos.
2. O que o grupo tentava fazer?
A investigação apontou que a quadrilha atuava em diferentes frentes dentro do sistema da Justiça. Entre as principais ações investigadas, estão as tentativas dos atos ilícitos abaixo:
- Liberação de presos por meio da emissão fraudulenta de alvarás de soltura, o que de fato ocorreu no último sábado.
- Alteração de dados de mandados de prisão, o que poderia impedir o cumprimento de ordens judiciais.
- Desbloqueio de valores retidos pela Justiça, o que poderia permitir desviar recursos que estavam sob decisão judicial;
- Liberação de veículos apreendidos, o que alteraria de forma irregular o status de bens.
3. Como ocorreu a liberação dos presos?
A liberação irregular ocorreu após as ordens judiciais serem inseridas no Banco Nacional de Mandados de Prisão, parte do sistema do CNJ. A partir de lá, a Secretaria de Justiça estadual de Minas Gerais recebeu as informações para a liberação de detentos do sistema prisional.
4. O que ocorreu com os presos soltos?
Dos quatro detentos liberados irregularmente do Ceresp Gameleira, em Belo Horizonte, um foi recapturado. Outros três seguem foragidos e são procurados pela polícia (veja fotos abaixo).
5. Quem são os foragidos?
- Ricardo Lopes de Araujo - deu entrada no Ceresp Gameleira em 10 de dezembro de 2025. Possui duas passagens pelo sistema desde 2016.
- Wanderson Henrique Lucena Salomão - deu entrada no Ceresp Gameleira em 10 de dezembro de 2025. Possui três passagens pelo sistema desde 2016.
- Nikolas Henrique de Paiva Silva - deu entrada no Ceresp Gameleira em 10 de dezembro de 2025. Esta é a única passagem dele pelo sistema prisional.
- Júnio Cezar Souza Silva - deu entrada no Ceresp Gameleira em 10 de dezembro de 2025. Possui três passagens pelo sistema desde 2020. Júnio Cezar foi recapturado na noite desta segunda (22).
6. O que o CNJ declarou sobre o caso?
O CNJ afirmou que não houve invasão ou falha estrutural em seus sistemas. Segundo o órgão, ocorreu, na verdade, o uso fraudulento de credenciais verdadeiros, e todas as decisões falsas foram identificadas e canceladas em menos de 24 horas. O conselho apontou, ainda, que não foi identificado qualquer indício de falha sistêmica ou do envolvimento funcional de servidores. Leia nota do órgão na íntegra.
7. O que o TJMG informou?
O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) informou que as ordens forjadas já foram anuladas. Segundo o Judiciário, esses alvarás não foram expedidos por nenhum juiz, e os mandados de prisão foram restabelecidos. Forças de segurança foram acionadas para recapturar os foragidos.
8. Que medida o governo de MG anunciou?
O vice-governador de Minas Gerais, Mateus Simões (PSD), afirmou que o estado vai atrasar o cumprimento das próximas ordens de soltura para checar a autenticidade das decisões judiciais após o episódio.
9. O caso segue sob investigação?
Sim. A Secretaria de Segurança Pública de Minas Gerais e o Tribunal de Justiça declararam que apuram o caso.
Quadrilha acessa sistema de Justiça e liberta comparsas detido em Minas Gerais
Por g1 Minas — Belo Horizonte
Fonte: @portalg1

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