Preso: OAB-AM acionará Justiça por saídas de delegado que matou advogado

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bit.ly/2kPI2Vz | A Seccional do Amazonas da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-AM) vai fazer um comunicado oficial à Justiça pedindo providências sobre a permanência do delegado Gustavo Sotero nas dependências da Delegacia Geral, onde está preso. O policial é acusado de matar o advogado Wilson Justo Filho dentro de uma casa noturna em 2017.

PC afirma que fotos foram feitas nas dependências da DG. Foto: Reprodução

A medida acontece após imagens que circulam nas redes sociais mostrarem o delegado passeado com um copo de café do lado de fora da delegacia.

“Estamos oficialmente como assistentes de acusação no júri desse caso, que acontece (o julgamento) agora dia 29 de outubro. Vamos comunicar o ocorrido ao juiz que cuida do caso, para verificar essa questão da custódia dele. Ele deveria ser colocado em um local que tenha estrutura para que se evite situações como essa. Soubemos que ele estaria tomando banho de sol, mas, se a Delegacia Geral não tem estrutura adequada para isso, a permanência dele no local precisa ser avaliada. É isso que vamos pedir da Justiça”, informou o   presidente OAB-AM, Marco Aurélio de Lima Choy.

Sobre as imagens do delegado, a Polícia Civil informou, por meio de nota, que Gustavo Sotero segue preso preventivamente na carceragem da Delegacia Geral e que, na condição de detento, ele tem direito ao banho de sol regular, conforme previsto em legislação.

A nota diz ainda que Sotero é conduzido, em algumas ocasiões, ao Departamento de Controle e Avaliação (DCA) da instituição que ao analisar as imagens, onde o delegado supostamente passeia  fora da delegacia,  é possível verificar que elas foram retiradas nas dependências da DG.

A Polícia Civil destacou ainda que, todas as vezes que o delegado Gustavo Sotero é retirado da cela, ele é acompanhado por um policial civil e que o  banho de sol ocorre na área em frente a carceragem, com monitoramento dos policiais civis de plantão. Nos casos em que ele precisa ir ao departamento médico, ele é conduzido ao setor, que fica dentro da Delegacia Geral.

Crime e julgamento

Gustavo Sotero foi preso ainda em 2017 após ter a prisão preventiva decretada pela morte do advogado Wilson Justo Filho, que morreu após ser atingido por tiros disparados pelo delegado durante uma discussão dentro do Porão do Alemão. A ação, que aconteceu em novembro de 2017, foi flagrada por imagens do circuito interno da casa noturna. Na ocasião, a mulher do advogado, Fabíola Rodrigues Pinto de Oliveira, de 31 anos, também foi baleada.

O julgamento do delegado está previsto para o dia 29 de outubro. Sotero vai a júri popular por um conselho de sentença da 1ª Vara do Tribunal do Júri da Comarca de Manaus, após solicitação do Ministério Público do  Amazonas (MP-AM). A decisão foi acatada em dezembro de 2018. Inicialmente, a data do julgamento tinha sido marcada para novembro, mas foi adiada em virtude de outros julgamentos coincidirem com a data anterior.

Interrogado até o fim deste mês

O delegado também responde a um processo administrativo  dentro da Corregedoria Geral do Sistema de Segurança Pública. No mês passado, em virtude da ausência de Sotero nas audiências internas sobre o ocorrido, a corregedoria fez um pedido para que a Justiça autorizasse o delegado a passar na Junta Médica Oficial da Secretaria de Estado e de Saúde (Susam).

O pedido se deu após o delegado faltar as audiências interrogatórias, pautadas desde setembro de 2018, alegando problemas de saúde através de atestados médicos.

A Justiça autorizou que o delegado fosse avaliado pela junta médica no final do mês passado com a finalidade de atestar se o acusado encontra-se em condições de saúde para participar de audiência de interrogatório nos autos do processo administrativo disciplinar.

Sobre a realização do exame a Secretaria de Segurança Pública informou, por meio de nota, que um novo interrogatório foi marcado para o fim deste mês, independente da realização do exame.

Fonte: www.acritica.com

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