De professora a aluna, aposentada decide cursar Direito aos 70 anos e conquista toda a sala!

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bit.ly/36Uomli | Foi aos 70 anos, depois de perder o companheiro de décadas, que a professora de História, aposentada, Leny Ferreira de Menezes, percebeu que precisava encontrar uma maneira de ocupar o tempo. A paixão pelos estudos sempre existiu, por isso decidiu unir a ociosidade com o desejo de cursar uma outra graduação, o Direito.

“Eu estava tão acostumada com o meu ‘velhinho’, porque a gente ficava 24 horas por dia juntos. Quando foi para ficar sozinha, eu não tive condição. Eu vim pra Universidade, porque, para mim, aqui é uma fuga. Mas é uma fuga que satisfez aos meus anseios. O primeiro deles foi o de estar com jovens. É uma turma boa, os professores são muito atenciosos”, conta Leny.

A escolha pelo curso não foi ao acaso, a paixão pelo Direito esteve com ela desde pequena, mas a falta de apoio da família fez Leny seguir outros caminhos. “Eu lecionei 33 anos. Foi bom, mas sempre ficou na minha cabeça que eu queria ser advogada”, diz.

Assim como o novo curso, a Universidade também foi uma escolha. “A minha sobrinha fazia na Uniube e ela sempre falava muito bem. Ela disse: ‘tia vai para lá, porque é muito bom’. Eu vim e estou gostando. Não é simples, isso aqui é difícil, tem muito estudo, muita leitura, é um curso pesado, mas estou gostando”, ressalta determinada.

A professora aposentada participa de todas as aulas e atividades — Foto: Reprodução/TV Integração

Apesar da preocupação, pela percepção da Universidade, dona Leny está se saindo muito bem. Segundo o coordenador do curso, Alexandre Corrêa, que também é professor de Leny, a aposentada chegou tímida e cheia de dúvidas nos primeiros dias, mas já deixou claro que vai longe. “Ela ingressou no curso como portadora de diploma. Chegou na primeira semana dizendo que iria ‘testar’ o ambiente universitário novamente e que não sabia se iria ficar. Bem, parece que bastaram dois ou três dias de aulas para a Leny resolver ficar”, conta o coordenador.

Alexandre conta também que a diferença de idade com o restante da turma não foi nenhum problema. “Ela fez amizades fácil, já tem uma companheira de estudo e segue acompanhando os demais alunos. Participou de todas as aulas e atividades extraclasse até aqui e se mostra muito compromissada. Já lhe disse que vou abusar da experiência dela para ajudar os mais jovens, ainda mais sendo ela professora aposentada”, brinca o professor.

Graduação na terceira idade

Segundo dados da Organização Mundial de Saúde - OMS, a população idosa no Brasil vai aumentar nos próximos anos. Atualmente o país tem cerca de 28 milhões de pessoas com idade igual ou superior a 60 anos, mas em 2025 a estimativa é que o Brasil seja o 6º país do mundo em número de idosos, ou seja, serão 32 milhões de brasileiros com 60 anos ou mais. Logo, estudar será cada vez mais comum na 3ª idade.

No âmbito universitário, cerca de 18,9 mil estudantes possuem mais de 60 anos, segundo levantamento feito pelo Censo de Educação Superior, no ano de 2017. Para o coordenador do curso, o ingresso de alunos da terceira idade é sinal de que a universidade está cumprindo com o objetivo maior da educação, que aponta para um universo plural que abriga todos que buscam conhecimento. “É muito bom trabalhar com esta motivação e exemplo que eles trazem, como no caso da Leny. Isto mostra que o universo do conhecimento existe além da simplória perspectiva técnica de apenas atender o mercado profissional”, finaliza Alexandre.

Curso de Direito

O Direito está entre as carreiras mais procuradas por estudantes em 41 países. Os resultados estão no estudo “Empregos dos sonhos? As aspirações de carreira dos adolescentes e o futuro do trabalho”, divulgado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Na opinião do coordenador do curso de Direito da Uniube Uberlândia, Alexandre Corrêa, o campo profissional para o Direito é um dos mais vastos da atualidade.

“A atuação pode se dar na advocacia privada, a partir da aprovação no exame da Ordem dos Advogados do Brasil, ou no exercício de carreiras públicas exclusivas como a Magistratura, o Ministério Público, a Defensoria e Delegacias de Polícia (estadual ou federal). Além disso, o graduado em Direito pode seguir seus estudos em cursos de pós-graduação latu sensu ou stricto sensu e também iniciar carreira no magistério superior como professor e pesquisador”, destaca.

Direito na Uniube

Um dos diferenciais do curso de Direito da Uniube é o projeto pedagógico, que contempla além do mínimo legal estabelecido pelo Ministério da Educação. “A carga horária legal é igual a 3.700, enquanto o nosso curso exige algo próximo a 4.500 horas em cinco anos de formação. Muitos componentes de estudos não exigidos por lei como o Direito Digital, Intelectual, Agrário, Notarial e Eleitoral, por exemplo, são contemplados em nossa grade curricular por entendermos necessários à demanda profissional contemporânea e regional”, ressalta Corrêa.

O desenvolvimento e aprimoramento prático-profissional também é uma preocupação da universidade. Toda a prática jurídica do curso é realizada com orientação in loco, no Núcleo de Práticas Jurídicas, em atividades reais orientadas por advogados e professores com experiência processual.

“Todos os alunos cumprem, obrigatoriamente, os dois últimos anos do curso elaborando e acompanhando processos reais que atendem inúmeras pessoas carentes por ano. Por fim, a habilidade científica também está contemplada em nosso curso com as orientações individuais de projetos de iniciação científica e trabalhos de conclusão de curso, momento que nossos alunos se envolvem com a investigação de problemas jurídicos instigantes, escrevem artigos e monografias para apresentação em seminários científicos e bancas públicas de defesa dos trabalhos”, finaliza.

Por UNIUBE
Fonte: g1.globo.com

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