No AC, Justiça determina revisão de nota de candidata que reprovou no exame da OAB

justica revisao nota candidata reprovou oab
bit.ly/353GJoI | Uma liminar da 2ª Vara da Justiça Federal no Acre determina que seja feita a correção em uma questão da prova de uma candidata que foi reprovada no exame da Ordem dos Advogados do Brasil, por 15 décimos.

Paula Adriana Saraiva, de 37 anos, entrou com mandado de segurança após apontar erro na correção de uma questão que foi determinante para que ela não fosse aprovada no exame.

“O sentimento, primeiro foi de frustração total porque houve muita dedicação da minha parte para prestar o exame. Foi tudo bem na primeira fase e, na segunda, já teve todo esse tormento de não ter a minha nota avaliada de maneira correta. Então, foi bem frustrante”, contou.

A prova ocorreu em dezembro do ano passado e a candidata se sentiu prejudicada após analisar o espelho das provas.

Em resposta ao MS da candidata, a Justiça determinou que a OAB e a Fundação Getúlio Vargas (FGV), banca responsável pela aplicação das provas, façam uma nova correção da prova da candidata e atribuam os pontos devidos pela questão.

Além disso, a decisão também determina que seja publicada nova lista de resultados com o nome de Paula Adriana e observação sub judice.

OAB vai recorrer

O Conselho Federal da OAB informou ao G1 que não foi notificado oficialmente, mas sabe do conteúdo da decisão e vai apresentar recurso ao Tribunal.

A FGV informou, em nota, que ainda não foi intimada oficialmente da decisão e por isso não pode comentar o conteúdo do documento. Reforçou ainda que a banca é formada por professores reconhecidos nacionalmente.

“É pacífico, no entanto, no âmbito do judiciário, o respeito à independência e discricionariedade das bancas examinadoras dos concursos que, no caso do Exame de Ordem, é formada por professores, mestres e doutores, reconhecidos nacionalmente", ressaltou.

Primeira vitória

Paula disse que apesar da vitória inicial, sabe que ainda há uma longa briga pela frente, já que sabe que eles vão recorrer da decisão. E lamentou não receber os pontos.

“Está bem nítido, se olhar o espelho da prova e verificar a minha resposta, está praticamente idêntica, com outras palavras muito similares, eu respondi devidamente e não me atribuíram nenhuma nota em relação a essa questão. Realmente foi um zero que recebi. E fez toda diferença para mim porque foram 55 décimos e eu fiquei por 15 décimos”, lamentou.

A advogada que representou Paula na Justiça, Maria Rosa Jorge, disse que a liminar é um resultado inédito, e acrescentou que a candidata estava qualificada para ser aprovada.

“Pela competência que ela demonstrou ter, e ser reprovada por 15 décimos fez com que a gente entrasse com o mandado de segurança”, disse a advogada.

Exercício da profissão

Paula é formada em direito há mais de dois anos, já fez a prova três vezes e diz que o desejo é de apenas ter a nota avaliada de maneira correta.

“Você imagina que por esses 15 décimos eu não estou apta ao mercado. Estou deixando de trabalhar. Dei o meu melhor, mas a falta de esperança foi em ver que a prova não foi corrigida de forma justa. Sou a favor do exame de ordem, mas que seja de maneira justa”, conclui.

Por Alcinete Gadelha, G1 AC
Fonte: g1.globo.com

0/Comentários

Agradecemos pelo seu comentário!

Anterior Próxima