Advogado é preso suspeito de xingamento racista a policial penal em Belo Horizonte

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bit.ly/3fBbncn | O advogado Gregório Antônio Fernandes de Andrade, 46 anos, foi preso em flagrante por injúria racial e desacato à autoridade nesta quinta-feira (6), no Centro de Remanejamento Prisional (Ceresp) Gameleira, em Belo Horizonte. Andrade disse que não cometeu o crime e que foi mantido sem celular, sem telefone e sem alimentação por cerca de 3 horas por agentes penais no Ceresp (veja abaixo a versão).

De acordo com o boletim de ocorrência, o advogado pediu a um preso, que é seu cliente, para escrever uma carta para a família e foi informado que a ação ia contra as normas de segurança. Então ele, aos gritos, ofendeu o policial penal com xingamentos de “preto filho da puta”. Em seguida, Gregório foi em direção a uma policial e disse: “vagabunda, você é filha da puta igual ao seu colega mesmo”.

O advogado recebeu ordem de prisão e precisou ser algemado após tentar fugir do local.

Ele continuou com as ofensas falando que "fora da penitenciária os policiais não eram nada e que ele era advogado".

Ainda de acordo com o boletim de ocorrência, Andrade falou que se os policiais penais tivessem estudado não seriam agentes.

Na internet, Gregório Andrade se identifica como membro da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil em Minas Gerais (OAB/MG), mas a instituição desmentiu a informação. Em 2016, ele foi preso pelo crime de injúria. Existem pelo menos seis boletins de ocorrência registrados contra ele por desacato.

A Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) disse que foi feito um Registro de Evento de Defesa Social (Reds) e o advogado foi encaminhado para a Central de Flagrantes do Barreiro. A Polícia Civil de Minas Gerais informou que foi instaurado um procedimento para apurar o caso. O suspeito, acusado de desacato e injúria racial, foi liberado.

O que diz o advogado

Gregório Andrade disse que após ler a carta que a mãe de um detento escreveu, um policial penal desligou o interfone e falou que ele não poderia passar o bilhete para o preso.

“Fui até outro policial e disse que se não pudesse ver meu cliente chamaria a polícia. Depois disso sai do presídio e fui pegar meu telefone na minha moto. Os policiais ficaram me xingando e foram atrás de mim. Fiquei incomunicável, sem comida e sem ir ao banheiro. Além de vasculharam o meu telefone, bateram na minha cara”, contou Andrade.

O advogado falou que não houve injúria racial e que as outras ocorrências de desacato em seu nome foram registradas por xingamentos em penitenciárias. “Injúria Racial é crime e se eu tivesse cometido só seria solto após pagamento de fiança, o que não aconteceu. Não fui indiciado porque não há elementos para isso”, concluiu.

*(Imagem meramente ilustrativa: reprodução Internet)

Por Ana Tereza Almeida e Carlos Eduardo Alvim, G1 Minas e TV Globo
Fonte: g1.globo.com

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