De acordo com a OAB-DF, no dia 24 de setembro, Rodrigo Santos foi preso, algemado pelas mãos e pelos pés, e chamado de "advogadinho de bandido" pelos investigadores da circunscricional.
No momento, o defensor atendia um cliente acusado de clonagem de veículo, mas acabou detido em uma cela comum, com outro interno, segundo a entidade (veja detalhes mais abaixo).
"Houve clara violação das prerrogativas da advocacia", defende a OAB-DF.
O presidente da OAB-DF, Délio Lins e Silva Jr., se pronunciou sobre o caso e considerou que a medida pode abrir precedente para aplicação da lei de abuso de autoridade. Já a Polícia Civil afirma que Rodrigo "se exaltou". Ele foi indiciado pelos crimes de ameaça, desobediência e desacato.
Além disso, o Conselho da instituição decidiu aprovar desagravo ao advogado preso e encaminhou um ofício ao governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), pedindo afastamento preventivo e imediato do agente policial e do delegado envolvidos no caso.
Questionada pela reportagem, a Polícia Militar informou que não acompanha a manifestação. Até as 12h, não havia registro de incidentes relacionados ao ato.
Polícia Civil contesta versão
Ao G1, a Polícia Civil informou que o defensor "se exaltou" com um policial durante a oitiva de uma testemunha, mesmo "sem ser o patrono da causa"."O homem apontou o dedo em riste para o policial e passou a desacatá-lo e ameaçá-lo. Foram tomadas medidas para conter o advogado, porém, sem sucesso", disse a Polícia Civil em nota.
"Não sendo possível acalmar a situação, foi necessário conter momentaneamente o advogado, que não aceitou o fato e passou a oferecer risco à integridade dos policiais envolvidos na ocorrência e ao patrimônio público da delegacia, além de se colocar em risco", disse a Polícia Civil.
A corporação também afirmou que o advogado ficou em uma cela separada dos demais presos na delegacia e que ele foi ouvido posteriormente na presença de representantes da OAB.
Protesto
O protesto começou por volta de 10h desta sexta-feira. Segurando faixas, advogados acusam os policiais de terem cometido abuso de autoridade.O advogado Rodrigo Santos esteve no ato e também narrou a sua versão dos fatos. Em um vídeo divulgado pela OAB, ele disse que ao ser questionado pelos policiais sobre a documentação do veículo, informou que já havia apresentado os papéis, porém, os investigadores negaram que tinham recebido o material.
Rodrigo Santos diz que sofreu abuso de autoridade de policiais civis — Foto: Arquivo pessoal
"Ele (o policial) falou em tom alto que tinha fé pública que o documento não tinha sido entregue. Em seguida, se alterou comigo e apenas pedi para que me respeitassem, por estar em exercício da minha função e do meu trabalho”, afirmou.
Os participantes do movimento exigem "respeito e uma pronta resposta por parte da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal e da Direção Geral da Polícia Civil".
Fonte: g1.globo.com
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