“Elas faziam uso das prerrogativas da advocacia para acessar os presos no interior de unidades prisionais. Ao invés de tratar de assuntos profissionais, da defesa dos direitos dos presos, usavam o tempo para transportar mensagens tratando sobre o tráfico de drogas, venda de armas e ataques a membros de facções criminosas rivais”, diz o delegado.
Por não terem a identidade divulgada, o G1 não conseguiu contato com a defesa das suspeitas.
Operação prende duas advogada suspeitas de envolvimento em facção criminosa em Goiás — Foto: Divulgação/Polícia Civil
A operação foi deflagrada nesta quarta-feira (16) pela Polícia Civil, mas a investigação começou em 2019. O delegado completa que além da função de “mensageiras”, algumas delas são investigadas por lavagem de dinheiro e foi detectada uma movimentação financeira de R$ 150 milhões entre os anos de 2017 e 2020.
“Foi detectada uma rede de lavagem, não só dessas advogadas, mas também várias empresas que existem e empresas que são de fachada. Além de contas bancárias de pessoas físicas que são usadas para circular o dinheiro da facção criminosa. E também pagamento de fornecedores, envios de recursos para outros estados da federação”, explica.
A corporação pontua que 155 policiais foram mobilizados e foram cumpridos 72 mandados judiciais, 39 de busca e apreensão e 33 de prisão. O delegado narra que R$ 49.3 milhões foram bloqueados, sete imóveis e dois veículos apreendidos, um deles sendo considerado de luxo.
Segundo a Polícia Civil, o nome da operação é inspirado no crime de patrocínio infiel, descrito no Código Penal como a conduta do advogado que trai seu dever profissional no exercício do ofício.
Operação que investiga participação de advogadas em facção criminosa expediu 72 mandados judiciais em Goiás — Foto: Divulgação/Polícia Civil
Por Michel Gomes, G1 GO
Fonte: g1.globo.com
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