Em carta aberta, advogado referência do Direito Moderno crava: "O velho modelo de advocacia vai acabar!"

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Por @advogadodestartups |  Me desculpem os mais céticos e conservadores, mas a velha advocacia vai acabar. É uma mudança que está acontecendo não é de hoje. É o resultado da transformação digital, fenômeno que já acontece há mais de 25 anos…

A Transformação Digital não acontece só no Direito. Na verdade, o mercado jurídico é onde ela mais demorou para chegar.

Em outros mercados, grandes impérios desmoronaram por ceticismo e conservadorismo nos negócios. Ou seja: faltou inovação!

Você certamente lembra (ou já ouviu falar) da Kodak, a maior empresa de fotografia que o planeta já viu. Ela entrou com um pedido de falência em 2012 e praticamente morreu por falta de inovação. Embora ela esteja tentando renascer após a falência, a companhia não chega nem perto do que ela já foi.

No final da década de 70, a Kodak tinha 90% das vendas de filmes e 85% das vendas de câmeras nos Estados Unidos, o principal mercado do mundo, e uma presença fortíssima no redor do mundo (inclusive o Brasil). Tinha 100.000 empregados e um lucro de bilhões.

O sucesso da KODAK veio com a praticidade em registrar momentos e reproduzi-los, enquanto que seu declínio veio com uma invenção própria (câmera digital), que culminou em seu fracasso.

O problema, na verdade, não foi a invenção em si, mas sim a dificuldade de lidar com as posteriores inovações que surgiram com a digitalização das câmeras fotográficas. A Kodak INSISTIU EM SE MANTER TRADICIONAL, o que a levou a decretar falência em 2012. Assim, a empresa serve de grande exemplo do que não fazer durante a transformação digital e evitar o fracasso.

O grande erro da Kodak foi não embarcar com rigor na jornada digital. Isto é, engajar na jornada digital e adaptar seus negócios para uma lógica digitalizada. Aderir à transformação digital não quer dizer mudar tudo repentinamente, e sim fazer implementações incrementais, pouco a pouco. Afinal, na época, havia diferentes públicos para educar e se acostumarem com o mundo digital: a própria empresa, os funcionários e os consumidores.

Qualquer negócio (inclusive o seu escritório!) que se aventura neste campo virtual precisa de tempo para se adaptar. Isso é visível quando observamos o grau de transformação digital das empresas ao redor do mundo. Segundo pesquisa da Gartner feita em 2018, somente 6% dos negócios já se transformaram mais do que 75%.

Portanto, diante dessa observação, podemos especular que o fracasso da Kodak era passível de evitar. A competição digital fez a empresa pedir falência em 2012, vendo seus altos números despencarem.

Não tenho a menor dúvida de que as pessoas do direito que resistem à Inovação e ao digital estão dando um tiro no pé, exatamente igual à KODAK.

Se neste momento você continua cético com a minha afirmação de que “a velha advocacia vai acabar”, vou te contar o caso de outra empresa que faliu após insistir em se manter tradicional: Blockbuster.

Se você não sabe a Blockbuster era a principal rede de locadoras de filmes e games do mercado, chegando a ter mais de 9 mil lojas espalhadas pelo mundo.

A empresa sempre teve um bom conceito de experiência do cliente, cuidando muito bem do espaço para os clientes e do atendimento, além de oferecer produtos complementares aos filmes, como pipoca, sorvetes e doces. Além disso, se adaptou a algumas mudanças de tecnologia que ocorreram, como a chegada do DVD em substituição da fita VHS e, por fim, a oferta de Blu-Ray.

Porém o mercado caminhou para outro sentido. Apesar do investimento, no fim os clientes não queriam sair de casa para alugar e, especialmente, para devolver os filmes. A conveniência de escolher o filme sem sair de casa, ainda mais por um valor mais acessível, fizeram com que os serviços de streaming como Netflix, Net Now, e outros “On Demand” dominassem o mercado e fizessem a empresa decretar sua falência. Ou seja, faltou transformação digital, sobretudo na reestruturação do modelo de negócios da empresa. 

Uma curiosidade desta história é que bem antes de fechar sua última loja em 2013, a Blockbuster teve algumas oportunidades de se juntar e até comprar a embrionária Netflix, mas, como sabemos, não o fez. Uma grande oportunidade perdida, de mentes que resistiram à inovação

É por todo este contexto que afirmo: o velho modelo de advocacia vai acabar. Não se trata de uma afirmação política, ou com finalidade ofensiva contra quem não quer se atualizar. É uma afirmação técnica sobre Transformação Digital.

Tento fazer a minha parte, repassando conhecimento e contribuindo com a formação destes novos líderes da Nova Economia. Por toda essa grande necessidade de Transformação Digital profunda a Advogado de Startups Academy tem uma missão clara: ajudar os juristas a serem protagonistas da Nova Economia. Neste caminho já ajudamos quase 60 mil juristas a se adaptarem a este novo contexto, munindo-os com habilidades como Visual Law, Legal Design, Transformação Digital Jurídica, Marketing Jurídico Avançado, Advocacia de Startups + Consultoria de Transformação Corporativa, LGPD 5.0, Prospecção Digital Profissional, novas profissões jurídicas, dentre várias outras habilidades da Nova Economia. 

Ressalto que muitos destes alunos, inclusive, se tornam grandes parceiros de trabalho nas demandas do Novo Direito. E assim, vamos trazendo as profundas mudanças da Transformação Digital para o mundo Jurídico.

Você ainda resiste? Você quer pagar pra ver? A história sempre se repete e o próximo a falir abraçado ao "velho modelo" pode ser você… (Eu espero que não!).

Abraços, 

Marcílio Guedes Drummond

@advogadodestartups

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