R$ 1,2 milhão: Juiz manda desbloquear bens de ex-deputado que admitiu "mensalinho"

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Via @midianews.oficial | O político foi filmado recebendo maços de dinheiro; ele confessou ter recebido R$ 50 mil.

A Justiça de Mato Grosso determinou o desbloqueio de bens do ex-deputado estadual e procurador do Estado Alexandre Cesar, na ação em que ele responde por improbidade administrativa por ter recebido “mensalinho” na Gestão Silval Barbosa.

A decisão foi publicada no Diário de Justiça nesta segunda-feira (23) e foi assinada pelo juiz Bruno D’Oliveira Marques, da Vara de Ações Coletivas de Cuiabá.

Em 2018, a Vara de Ação Coletivas determinou o bloqueio dos bens do ex-parlamentar em até o valor de R$ 1,2 milhão. 

Segundo a publicação desta segunda-feira, entre os bens, não há “valores financeiros” bloqueados.

O pedido foi feito pelo próprio Alexandre Cesar que firmou Acordo de Não Persecução Civil com o Ministério Público Estadual (MPE), no início deste ano. No acordo, o ex-parlamentar admite o recebimento de “mensalinho”, para tentar se livrar de ação.

Em 2013, o político foi filmado recebendo maços de dinheiro do ex-chefe de gabinete de Silval, Silvio Araújo. Ele admitiu ter recebido R$ 50 mil, mas alegou que foi uma única vez.

“De fato, compulsando os documentos carreados aos autos, verifica­se que constou do Acordo  de  Não  Persecução  Cível homologado  por  este  juízo  que seria requerido ao juízo pelo Compromitente o levantamento da indisponibilidade de bens. Assim sendo, considerando a concordância expressa do Ministério Público [...], defiro o pedido de baixa das constrições  lançadas em face dos bens  do  requerido  Alexandre Luis Cesar”, determinou o magistrado.

O ex-deputado Alexandre César, que foi filmado recebendo dinheiro no palácio Paiaguás

De acordo com o o advogado de defesa do ex-deputado, Alberto Scaloppe, a decisão na esfera cível segue o acordo de não persecução penal celebrado com o MPF. “A resolução judicial é importante, pois assegura ao professor Alexandre Cesar, que é uma pessoa respeitada, a continuidade de suas atividades profissionais e acadêmicas”, afirmou.

O mensalinho

Segundo o contou Silval em sua delação premiada, ele firmou acordo com parlamentares para manter a governabilidade, ter as contas do governo aprovadas, os interesses do Poder Executivo priorizados na Assembleia e não ter nenhum dos membros do alto escalão do Estado investigado em CPI.

Em troca, os deputados teriam recebido uma espécie de “mensalinho” no valor de R$ 600 mil, que teriam sido divididos em 12 vezes de R$ 50 mil.

Os valores eram pagos a partir de retornos de recursos do programa MT Integrado, de incentivos fiscais e das obras relativas à Copa do Mundo de 2014.

Também foram flagrados pegando dinheiro os ex-deputados Antonio Azambuja, Luciane Bezerra, Hermínio Barreto, José Domingos Fraga, Airton Português, Ezequiel Fonseca, Emanuel Pinheiro e a ex-secretária de Estado Vanice Marques.

Também foram filmados, na mesma sala, Gilmar Fabris e Baiano Filho, porém não há imagens deles pegando dinheiro.

Cíntia Borges
Fonte: www.midianews.com.br

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