Juiz nega pedido para soltar delegada Adriana Belém: 'possibilidade de gigantesco esquema de corrupção'

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Via @jornalextra | A Justiça negou novo pedido de revogação de prisão da delegada Adriana Belém, no processo em que ela responde por corrupção passiva. No início do mês, a defesa dela conseguiu decisão determinando a soltura na ação na qual ela responde por lavagem de dinheiro. De acordo com a decisão do juiz Bruno Rulière, juiz da 1ª Vara Criminal Especializada, novas provas extraídas a partir de informações de aparelhos eletrônicos apreendidos "reforçam a possibilidade de um gigantesco esquema de corrupção envolvendo a suposta organização criminosa denunciada, o que guarda absoluta pertinência com os fatos imputados à ré na ação penal".

Rulière destaca haver "indícios da prática de gravíssimo episódio de corrupção que envolveu a liberação de máquinas de caça-níquel em favor de suposta organização criminosa, voltada para a prática de jogo do bicho, de dimensões excepcionais".

Para o juiz, a decisão do início do mês é relativa a outra ação, que são imputações "absolutamente distintas e, em especial, com panoramas probatórios diferentes". A apreensão de R$ 1,8 milhão em espécie na casa da delegada durante a Operação Calígula, também foi levada em consideração para decisão do juiz, que concluiu:

— A defesa sempre considerou injusta e desnecessária a prisão imposta à Adriana e agora a Justiça acertadamente reconhece a desnecessidade da medida. A defesa espera que a outra decisão seja imediatamente revogada, pois não há motivos para mantê-la presa — afirma o advogado Marcos Crissiuma, que defende Adriana.

"Neste cenário, o juízo concluiu que o gigantesco valor em espécie arrecadado na posse da acusada, que é delegada de Polícia do Estado do Rio de Janeiro, aliados gravíssimos fatos ventilados na presente ação penal expõe sérios e sólidos indicativos de que a ré apresenta um grau de comprometimento exacerbado com a organização criminosa e/ou com a prática de atividade corruptiva (capaz de gerar vantagens que correspondem a cifras milionárias).

A policial foi presa quando quase R$ 1,8 milhão em espécie foi apreendido no apartamento dela, em um prédio de luxo na orla da Barra da Tijuca, na Zona Oeste da cidade. O dinheiro encontrado na casa da delegada estava em sacos de grifes famosas e dentro de uma mala de viagem em um closet. De acordo com o divulgado pelo Ministério Público à época, o montante surpreendeu os promotores, e foi preciso levar máquinas para contar todas as cédulas.

Adriana Belém esteve por anos à frente da 16ª DP (Barra da Tijuca). Ela entregou a titularidade da distrital em janeiro de 2020, um dia depois de o chefe do Setor de Investigações (SI) da delegacia, o inspetor Jorge Luiz Camilo Alves, ser preso na operação Os Intocáveis II. Ao ser presa, a delegada estava ocupando um cargo de assessora na Secretaria municipal de Esportes do Rio, mas acabou exonerada.

Carolina Heringer
Fonte: extra.globo.com

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