Zanin já tinha entrado no fim do ano passado em outros casos bilionários que também estão no radar do STF. Ele socorre o empresário Joesley Batista na briga de foice com os indonésios da Paper Excellence e no acordo de leniência da J&F (holding da família Batista), em negociação que tenta reduzir o pagamento de multa de R$ 10,3 bilhões.
A indicação de Zanin era contestada até antes dele entrar nesses casos com múltiplos interesses conflitantes, porque, como advogado do presidente, ele precisaria se declarar impedido para julgar qualquer causa relacionada a Lula.
O advogado de Lula era visto como indicação praticamente certa para o STF. Mas há outros advogados próximos a Lula e ao PT que agora estão mais fortes no páreo.
No entorno do presidente, o grupo Prerrogativas busca emplacar o nome do jurista Pedro Estevam Serrano, professor de Direito Constitucional da PUC e ex-procurador do estado de São Paulo. Serrano foi crítico ferrenho da Operação Lava Jato e chegou a advogar para o grupo Odebrecht.
Para escolher o próximo ministro, há expectativa de que Lula também escute a opinião de Lewandowski. E o ministro já sinalizou preferência pelo jurista Manoel Carlos de Almeida Neto, diretor-jurídico da CSN e ex-secretário-geral do STF e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Mas Lewandowski também já apresentou outros nomes para o Supremo. Ele defendeu o jurista Heleno Taveira Torres, professor titular de Direito Financeiro da USP, quando este quase foi nomeado pela ex-presidente Dilma Rousseff para a vaga de Ayres Britto.
Outro nome no páreo é o jurista Pierpaolo Bottini, também professor da USP, ex-secretário da reforma do Judiciário no primeiro governo Lula e próximo a caciques do PT.
No Judiciário, os mais cotados a subir para o STF são os ministros Luis Felipe Salomão e Benedito Gonçalves, do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Atual Corregedor Nacional de Justiça, Salomão é o nome defendido pelo ministro Alexandre de Moraes. Antes de ser indicado por Lula ao STJ em 2008, Salomão foi promotor em São Paulo, juiz e desembargador no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.
Gonçalves é o atual Corregedor da Justiça Eleitoral no TSE, onde comanda os rumos de 15 ações de investigação judicial eleitoral contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, que podem deixá-lo inelegível. Gonçalves também foi indicado por Lula ao STJ em 2008. Antes disso, foi juiz federal no Rio Grande do Sul e desembargador do Tribunal Regional Federal da 2ª Região.
Para a vaga de Lewandowski, corre ainda por fora o ministro Bruno Dantas, presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), cuja nomeação é defendida pelo ministro Gilmar Mendes e pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL).
A segunda vaga de Lula no STF
A aposentadoria da ministra Rosa Weber, em outubro, também já motiva articulações para a segunda nomeação de Lula. Interlocutores do presidente apostam que ele vai manter uma mulher no cargo.
Para a vaga de Rosa, despontam como favoritas a desembargadora Simone Schreiber, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, a jurista Dora Cavalcanti (ex-presidente do Instituto de Defesa do Direito de Defesa e ex-advogada de Marcelo Odebrecht) e a jurista Caroline Proner, professora de Direito Internacional da UFRJ.
Daniel Haidar
Fonte: www.terra.com.br
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