No evento em questão, Valadão proferiu discurso homofóbico, pontuando que “não é possível um crente aplaudir um casamento homoafetivo”, e sugeriu que fiéis matassem pessoas LGBTQIA+.
“Agora é hora de tomar as cordas de volta e dizer ‘não, não, não, não, não, pode parar. Reseta’. Aí Deus fala: ‘Não posso mais. Já meti esse arco-íris aí. Se eu pudesse, eu matava tudo e começava tudo de novo. Mas já prometi para mim mesmo que não posso, agora está com vocês’”, disse.
“Você não pegou o que eu disse. Eu disse: tá com você. Vou falar de novo: tá com você. Sacode uns quatro do seu lado e fala: ‘Vamos para cima, eu e minha casa serviremos ao senhor’”, complementou o pastor.
Ele também falou contra drag queens, que estariam entrando “em salas de aula, querendo ensinar sexualidade para nossas crianças. Querendo ensinar crianças a escolherem ser o que elas quiserem”.
Também alegou que crianças estariam tendo “liberdade para definir e serem mutiladas nos seus órgãos genitais”, em referência à transição de gênero.
O procedimento no MPF foi aberto pelo procurador regional dos Direitos do Cidadão (PRDC) no Acre, Lucas Costa Almeida Dias.
A Aliança Nacional LGBTI+ também acionou o Ministério Público Federal, citando decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que determinou que “condutas homofóbicas e transfóbicas são formas de racismo e puníveis como tais na forma da lei”.
O culto no qual Valadão fez o discurso citado ocorreu na Igreja da Lagoinha, em Orlando, nos Estados Unidos, e foi transmitido pelo canal da instituição no YouTube. Durante o evento, ele também criticou a “mídia” e governos.
A CNN entrou em contato com André Valadão e aguarda retorno.
Senador Fabiano Contarato diz que representará criminalmente
Após o vídeo de Valadão viralizar, o senador Fabiano Contarato (PT) afirmou que representará criminalmente contra o pastor.
“Por tudo que sou, pelo que acredito, pela minha família e por tudo que espero para a sociedade, não posso me calar diante do crime praticado por André Valadão. Vamos representar criminalmente para que ele responda por manipular a fé e incitar a violência”.
“Em um país onde tanto se mata LGBTQIA+, André Valadão não pode falar em nome de Deus. Deus é união, amor, respeito e tantos sentimentos bons, jamais um incentivador de discurso de ódio e de assassinatos em massa”, adicionou o senador.
A CNN entrou em contato com Valadão após a publicação de Contarato. O pastor disse que “já retratei a respeito do que está fora de contexto na mídia”, enviando um link de um vídeo que postou anteriormente no Instagram.
Na publicação em questão, o pastor diz que “nunca será sobre matar, segregar, mas será, sim, sobre resetar, levar de volta à essência (sic), ao princípio” e voltou a criticar o que classificou como “promiscuidade”.
“Nunca será sobre matar pessoas, Deus nos livre deste terrível pecado, violência ou discriminação, mas sobre a liberdade de viver o que crê”, comentou o pastor.
Tiago Tortella
Fonte: www.cnnbrasil.com.br
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