Advogada acusada de m4tar o ex-sogro e a mãe dele pode pegar 100 anos de prisão se for condenada, diz delegado

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Via @portalg1Amanda Partata Mortoza, de 31 anos, acusada de matar o ex-sogro e a mãe dele, poderá pegar até 100 anos de prisão se for condenada, afirma o delegado responsável pelo caso, Carlos Alfama. A advogada se tornou ré por duplo homicídio qualificado e por dupla tentativa de homicídio.

“Ela queria matar todos da casa, são quatro crimes ao todo. As penas somadas podem chegar a 100 anos de prisão”, afirma Alfama.

A defesa de Amanda afirma que "em razão da complexidade das imputações" vai se pronunciar somente em juízo (leia a nota completa ao final da reportagem). Quando foi presa, a advogada negou ter cometido o crime. A Justiça acatou o pedido de prisão preventiva contra Amanda.

A Justiça aceitou a denúncia oferecida pelo Ministério Público de Goiás na quinta-feira (18). A decisão também acatou o pedido de que Amanda continue presa de forma preventiva. A denúncia diz que não há dúvidas de que a advogada é a responsável pelas mortes de Leonardo e Luzia.

Veja abaixo os crimes que Amanda é acusada:

  • Homicídio consumado triplamente qualificado (pelo motivo torpe, emprego de veneno e dissimulação) contra Leonardo Pereira Alves, pai do ex-namorado de Amanda.

  • Homicídio consumado triplamente qualificado (pelo motivo torpe, emprego de veneno e dissimulação) e agravado pela idade contra Luzia Alves, avó do ex-namorado de Amanda.

  • Homicídio tentado duplamente qualificado (pelo motivo torpe e pelo emprego de veneno) praticado contra o tio do ex-namorado de Amanda.

  • Homicídio tentado duplamente qualificado (pelo motivo torpe e pelo emprego de veneno) e agravado pela idade da vítima contra o avô do ex-namorado de Amanda.

Entenda o caso

O envenenamento aconteceu no dia 17 de dezembro de 2023, quando Amanda foi até a casa da família do ex-namorado levando um café da manhã, com pão de queijo, biscoitos, suco e bolos de pote. Conforme as investigações, como a denunciada fingia que estava grávida do filho de Leonardo, era bem aceita na família.

Antes do crime, segundo as investigações, a advogada comprou 100 ml de um veneno e aplicou em dois bolos de pote. A quantidade, conforme a perícia, é suficiente para matar várias pessoas. Amanda também pesquisou na internet por "qual exame de sangue detecta" o veneno, "tem como descobrir envenenamento" e se a substância que ela colocaria nos potes tinha gosto.

Pesquisas feitas na internet pela Amanda Partata; borrões referem-se ao nome do veneno utilizado e localização. — Foto: Divulgação/Polícia Civil

Em depoimento, o tio do ex-namorado de Amanda, de 60 anos, afirmou que se recusou a comer o bolo de pote oferecido pela advogada porque perderia o apetite para o almoço. Já o marido de Luzia, de 82 anos, disse que não comeu por ter diabetes.

Ao delegado Carlos Alfama, o idoso revelou que a esposa também tinha a doença e que chegou a pensar em pedir que Amanda não desse o doce para Luzia. Mas segundo ele, como sempre foi muito simples, não teve coragem de desagradar a advogada. O idoso também disse que viu a esposa e o filho ‘agonizarem de dor’ após comerem bolos envenenados.

Laudo da perícia

A perita criminal Mayara Cardoso informou que foi realizado um exame toxicológico em amostras coletadas no local do crime e amostras retiradas dos corpos das vítimas. Ao todo, foram feitos mais de 300 testes para agrotóxicos, remédios e outras substâncias - todos apontaram negativo.

Após a polícia ter acesso à nota fiscal da compra do veneno, a perícia conseguiu testar e confirmar a presença dele nos corpos de Leonardo e Luzia. O nome da substância não foi divulgado.

Comprovante do pedido do veneno; Mesmo número que consta na caixa de papelão que ela recebeu no hotel em que estava hospedada um dia antes do crime — Foto: Divulgação/Polícia Civil

Pela câmera do elevador do hotel onde Amanda estava hospedada, em Goiânia, a polícia conseguiu registrar imagens de quando ela recebeu uma caixa de papelão de um laboratório, onde possivelmente, segundo a polícia, estavam as doses do veneno (veja foto acima).

Foram analisadas quatro amostras de bolo, das quais duas estavam contaminadas. Também foram analisadas colheres, sucos e outros itens encontrados no local.

Desabafo

No dia 26 de dezembro, o médico Leonardo Pereira Alves Filho, ex da advogada e filho de uma das vítimas, se pronunciou sobre o caso pela primeira vez, após prestar depoimento à polícia. Ao lamentar a morte do pai e da avó, ele disse nunca ter imaginado algo que justificasse "tamanha brutalidade".

"A gente nunca imaginava qualquer coisa que justificasse tamanha brutalidade. E a gente tá vivendo nosso luto. Tem sido muito difícil", desabafou o médico.

Íntegra nota defesa Amanda Partata

"Os advogados que representam a Senhora Amanda P. Mortoza informam que tomaram conhecimento há pouco, pela imprensa, do oferecimento da denúncia pelo Ministério Público do Estado de Goiás. Em razão da complexidade das imputações e, para que não se trave um debate público quanto a argumentos que devem ser tratados no âmbito do devido processo legal, comunicamos que somente nos manifestaremos em juízo".

Por Augusto Sobrinho, g1 Goiás
Fonte: @portalg1

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